Chefe do Hezbollah diz que escalada da guerra é “possibilidade real” e que depende de Israel

Atualizado em 3 de novembro de 2023 às 11:40
Nasrallah, chefe do Hezbollah

O líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, falou pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e Hamas nesta sexta-feira, 3. Segundo Nasrallah, “quem quiser evitar uma guerra regional deve parar rapidamente a guerra na Faixa de Gaza”.

Força militar apoiada pelo Irã, o Hezbollah tem enfrentado as forças israelenses ao longo da fronteira entre Líbano e Israel na escalada mais mortal desde que travou uma guerra com Israel em 2006.

A seguir, um resumo das principais declarações de Nasrallah:

  1. Estratégias em andamento: Nasrallah enfatizou que o Hezbollah intensificou suas operações, levando Israel a manter suas forças perto da fronteira libanesa em vez de focar em Gaza ou na Cisjordânia ocupada. Todas as opções na frente libanesa estão abertas, afirmou, e o Hezbollah está pronto para todas as possibilidades. Abordando a implantação de navios de guerra dos EUA na região, Nasrallah diz que o Hezbollah não se sente intimidado.
  2. Entrada no conflito: O líder do Hezbollah diz que uma nova escalada na frente libanesa é uma possibilidade real. O Hezbollah entrou no combate no dia 8 de outubro, um dia após o Hamas lançar um ataque surpresa no sul de Israel. Apesar dos confrontos diários na fronteira libanesa serem vistos como modestos por alguns, Nasrallah destaca sua importância, classificando-os como sem precedentes desde 1948. Ele confirmou que até o momento, 57 combatentes do Hezbollah foram mortos.
  3. Visão sobre o conflito em Gaza: Nasrallah destacou que o que está acontecendo em Gaza é uma batalha decisiva, diferente das guerras anteriores. Ele apelou para a união dos países árabes e muçulmanos a fim de interromper a guerra em Gaza, observando que o verdadeiro inimigo está ameaçando o Líbano.
  4. Relações Internacionais: Nasrallah acusou os EUA de serem inteiramente responsáveis pela guerra em Gaza e descreveu Israel como apenas uma ferramenta executiva.
  5. Negociações com Israel: Ele sugere que Israel pode recuperar os prisioneiros mantidos em Gaza através de negociações e critica a atual ação de Israel em Gaza, focando em sua incapacidade de alcançar uma conquista militar significativa em um mês de conflito.
  6. Opinião sobre o Hamas: Nasrallah elogiou a operação do Hamas chamada “Al-Aqsa Flood”, descrevendo-a como sábia e corajosa. Ele acredita que essa operação sinalizou uma nova fase histórica na batalha contra Israel, causando um impacto significativo no país.
  7. Influência iraniana: Nasrallah destacou que, apesar das percepções, o Irã não exerce tutela sobre as facções de resistência e que as verdadeiras decisões são tomadas pelos líderes da resistência.
  8. Condições na Palestina: Ele descreveu as condições na Palestina como extremamente difíceis nos últimos anos, especialmente sob o atual governo, que ele caracteriza como extremista e tolo.
  9. Homenagem aos mortos: Nasrallah prestou homenagem aos “mártires caídos” do Hezbollah e outros grupos que combatem Israel, bem como aos civis mortos. Ele expressou suas condolências às famílias dos mortos no Líbano, enquanto também as congratulou pelo “honra do martírio” que seus entes queridos alcançaram.