Chile: votação para presidente tem expectativa de 2º turno entre ultradireita e campo progressista

Atualizado em 21 de novembro de 2021 às 21:31
Eleitora vota no Chile
Eleitora vota no Chile

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO JORNAL BRASIL DE FATO

Neste domingo (21), desde às 8h até às 18h, cerca de 15 milhões de chilenos foram convocados a eleger 127 deputados, 27 senadores e o próximo presidente do país. De acordo com o serviço eleitoral chileno, 45,8 mil mesas foram instaladas em todo o país e 2,1 mil rotas gratuitas de ônibus foram dispostas para o transporte nas zonas rurais e de difícil acesso.

Os primeiros resultados preliminares devem ser divulgados às 20h. A expectativa é que a decisão sobre a presidência fique para o segundo turno, já que nenhum candidato possuía mais de 50% de intenção de votos, segundo as últimas pesquisas de opinião.

Os favoritos são Gabriel Boric (Frente Ampla / Aprovo Dignidade), representando a unidade do campo progressista, e José Antonio Kast (Partido Republicano), representante da extrema-direita chilena.

Cerca de 70 mil chilenos estavam habilitados para votar no exterior, onde Boric saiu vitorioso com uma média de 60% da preferência em toda Europa e Ásia.

A Frente Ampla ganhou 63% dos votos na Espanha – maior colégio eleitoral fora do Chile – enquanto Kast obteve 13% da preferência.

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Na Alemanha, o candidato progressista obteve 67,4%; na Bélgica 70% dos votos; enquanto na Holanda, fez 59%.

A equipe da candidata Yasna Provoste (Novo Pacto Social) se reuniu com o comando de campanha da chapa Aprovo Dignidade de Boric para debater o possível apoio no segundo turno. Provoste representa os governos do período da chamada Concertação (1990 – 2010) e aponta como terceira colocada nas pesquisas de opinião.

Já a direita espera os resultados das eleições parlamentares para declarar o apoio de Sebastian Sichel (Chile Podemos Mais) a Kast num possível segundo turno contra Boric.

O presidente Sebastián Piñera votou ainda pela manhã, convocando seus sucessores a “elevarem a política”. Ainda convidou os chilenos a votar “com convicção, sabendo os tempos difíceis que vivemos, mas com unidade vamos superar e sair adiante”.

Ocorrências e fake news 

Por volta das 18h, a poucas horas do fechamento das urnas, a TeleSur informava que ainda havia filas, o que poderia atrasar a apuração.

De acordo com a polícia militar – os chamados carabineros – 34 pessoas foram detidas durante a eleição, sendo 30 por negar-se a ser mesários, os demais foram detidos por roubo, agressão e por fotografar o voto.

As notícias falsas também estiveram presentes na jornada eleitoral chilena. O Serviço eleitoral denunciou a conta “Real Patriots” (Patriotas Reais) por disseminar a mensagem falsa de que estrangeiros teriam figurado como mesários na votação internacional.

Da mesma forma, circularam mensagens com a montagem de uma publicação no Twitter do presidente venezuelano Nicolás Maduro supostamente manifestando apoio ao candidato Gabriel Boric.