China avisa que não seguirá Ocidente em sanções contra Rússia

Atualizado em 2 de março de 2022 às 16:45
Presidente da China e da Rússia se cumprimentam
A China avisou que não vai impor sanções contra a Rússia – Foto: Reprodução

A China não se unirá ao Ocidente nas sanções contra a Rússia, segundo informou, nesta quarta-feira (2), o presidente do órgão regulador bancário do país, durante entrevista coletiva. Segundo ele, as sanções são ilegais e unilaterais.

“No que diz respeito às sanções financeiras, nós não as aprovamos, especialmente as sanções lançadas unilateralmente, porque elas não funcionam bem e não têm fundamento legal”, disse Guo Shuqing, presidente da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China.

“Não participaremos de tais sanções. Continuaremos a manter as trocas econômicas e comerciais normais com as partes relevantes”, acrescentou.

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Economia da China sofrerá impacto limitado

Na ocasião, o Guo também destacou que o impacto das sanções sobre a China é limitado.

“O impacto das sanções na economia e no setor financeiro da China até agora não é muito significativo”, acrescentou Guo. “No geral, elas não terão muito impacto (na China), mesmo no futuro.”

Entenda o que aconteceu

Os dois países têm se aproximado nos últimos anos, inclusive como parceiras comerciais. O comércio total entre os dois países, por exemplo, saltou 35,9% no ano passado, para um recorde de 146,9 bilhões de dólares, segundo dados da alfândega chinesa.

Apesar disso, na última semana, dois dos maiores bancos estatais da China passaram a restringir o crédito para compra de commodities da Rússia.

Na ocasião, unidades offshore do Industrial & Commercial Bank of China teria interrompido a emissão de letras de crédito denominadas em dólares para compra de commodities físicas da Rússia prontas para exportação. Além disso, aletras de crédito em yuan ainda estariam disponíveis apenas para alguns clientes, dependendo de aprovações de executivos sêniores.

Já o Bank of China teria restringido o financiamento para aquisição de commodities russas devido à sua própria avaliação de risco. Até então o banco não havia recebido orientações explícitas dos reguladores chineses. Na ocasião, existia a expectativa de sanções adicionai.

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