Chiquinho Brazão perdeu votos em seu reduto na eleição disputada contra Marielle

Atualizado em 31 de março de 2024 às 8:05
O deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) — Foto: reprodução

O deputado federal Chiquinho Brazão, apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, viu seu capital político diminuir na eleição anterior ao crime contra a candidata do Psol, conforme informações do G1.

Mesmo em seu reduto eleitoral na Zona Oeste do Rio, área de forte influência da família Brazão, conforme relatório da PF, observou-se uma diminuição no número de eleitores em todas as zonas eleitorais da região, comparando-se os pleitos de 2012 e 2016.

Em 2012, Chiquinho obteve mais de 35 mil votos, o que o colocou como o sexto vereador mais votado. Entretanto, em 2016, seu total de votos diminuiu para 23.923. Enquanto isso, Marielle Franco alcançou a quinta posição entre os vereadores mais votados do Rio, com 46.502 votos.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na Zona Eleitoral 9, que abrange a região das Vargens, Chiquinho Brazão teve uma redução de votos de 1.796 em 2012 para 977 na eleição seguinte. Na Freguesia (Zona Eleitoral 13), a queda foi de quase metade, passando de 2.627 para 1.351 eleitores.

A maior queda absoluta no número de eleitores de Chiquinho ocorreu na Zona Eleitoral 180, que abrange os moradores da Taquara e do Tanque, onde o político passou de 8.188 votos em 2012 para 4.696. Nos sub-bairros Vila Valqueire e Praça Seca, atendidos pela Zona Eleitoral 185, a queda foi de 2.168 eleitores para 863.

Na eleição de 2016, Marielle Franco venceu Chiquinho Brazão em parte de seu próprio reduto eleitoral, obtendo maior votação nos bairros Vargem Grande, Vargem Pequena, Curicica, Freguesia e Vila Valqueire. Por exemplo, na Zona Eleitoral 9, Marielle recebeu 1.333 votos, contra 977 de Brazão.

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Marielle Franco. Foto: reprodução

Na Zona Eleitoral 119, que engloba os bairros Curicica e Freguesia, Marielle somou 949 votos, 501 votos a mais que seu adversário.

Vale destacar que até 2021, grande parte dessa região analisada era dominada por grupos de milicianos e, segundo a PF, a área é reduto político da família Brazão.

“A interação da família Brazão com grupos paramilitares é intensa e se destaca na Zona Oeste do Rio de Janeiro, notadamente nos bairros de Jacarepaguá, Tanque, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Osvaldo Cruz e arredores”, dizia um trecho do relatório final da PF sobre a morte de Marielle Franco.

“As interações da família Brazão com tais grupos ressaem na comunidade de Rio das Pedras, berço da milícia no Rio de Janeiro, e se alastram para outras localidades situadas na região de Jacarepaguá, Zona Oeste (…)”, dizia outro trecho do documento.

Ainda de acordo com o relatório, apenas os políticos autorizados pelos milicianos podem fazer campanha nas comunidades dominadas.

“A entrada de políticos em localidades comandadas pelos grupos paramilitares é controlada pelos seus líderes, uma vez que somente aqueles que promovem uma interação espúria com os milicianos podem auferir os louros eleitorais advindos daquele local”, avaliou a PF.

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