Cinegrafista da Jovem Pan diz ter sido pressionado a apagar imagens dos tiros em Paraisópolis

Atualizado em 26 de outubro de 2022 às 21:57
Tarcísio de Freitas junto de sua equipe. Foto: Reprodução/GloboNews

Marcos Andrade, repórter cinematográfico, disse ter sido pressionado a apagar imagens do tiroteio em Paraisópolis que ocorreu no último dia 17. Ele estava a serviço da Jovem Pan e foi o único a flagrar homens à paisana atirando após rajadas de criminosos. A informação é da Folha de S.Paulo.

Após chegar na base da campanha de Tarcísio de Freitas, candidato ao governo de São Paulo, ele disse ter sido abordado pela equipe do bolsonarista para apagar imagens que flagrariam membros da equipe. Ele gravou a conversa, ouça o áudio:

O áudio reforça a suspeita de que o episódio foi uma armação. O grupo Prerrogativas apresentou uma notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo pedindo apuração e a polícia pedirá as imagens para investigação.

O cinegrafista ainda disse que a equipe de Tarcísio solicitou seu desligamento da Jovem Pan e a emissora pediu para que ele gravasse um vídeo para o candidato.

O bolsonarista alegou que o pedido da equipe ocorreu para “preservar a identidade de pessoas que fazem parte da nossa segurança” e impedir uma cobertura “sensacionalista” da imprensa.

Andrade diz que tentou gravar o corpo de um indivíduo que estava caída ao lado de uma moto no chão e apareceu “uma pessoa falando para não gravar”. Ele diz que havia agentes da Polícia Federal, militares e uma pessoa da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) junto de Tarcísio. “Minha opinião é que alguém que estava lá que não devia estar. É isso”, afirma.

O cinegrafista diz estar “assustado” com o caso e alega que está dando entrevistas para se “resguardar”. “Os caras vão vir atrás de mim. Então, o que eu estou fazendo é simplesmente para me resguardar”, prossegue.

“Eu, como jornalista, não vejo erro. Porque em nenhum momento estou mentindo, estou acrescentando vírgula, estou acrescentando ponto. A meu ver, eu não fiz nada de errado. Se alguém fez alguma coisa de errado, não fui eu”, alega.

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