Citando 1964, Bolsonaro aceita entregar governo, mas “bem lá na frente” e após “eleições limpas”

Atualizado em 24 de setembro de 2022 às 9:51
Jair Bolsonaro falando em microfone com bandeiras ao fundo
Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução/Instagram

Em evento realizado nesta sexta-feira (23) em Minas Gerais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer menção ao ano de 1964, quando um golpe implantou a ditadura militar no Brasil, e falou em entregar o governo federal somente “bem lá na frente”, com “eleições limpas”, apesar de não dizer se considera limpo o pleito de outubro e nem se aceitará uma eventual derrota.

O atual chefe do governo voltou a utilizar um tom mais agressivo em suas declarações e, no evento evangélico Mulheres Pelo Brasil, promovido na cidade de Contagem, atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de “comunista ladrão”. De acordo com a pesquisa do Datafolha divulgada na noite de quinta-feira (22), o petista tem vantagem de 14 pontos e chances de ganhar no primeiro turno. O levantamento aponta que Lula soma 47% das intenções de voto, ante 33% de Bolsonaro.

No mesmo discurso, o presidente citou anos marcados por eventos políticos e repetiu uma frase que costuma usar, de que pede força a Deus. “Não sabemos explicar muitas vezes esses momentos. Vivemos 22, 35, 64, 2016 foi marcante para todos nós, 2018 também. Temos pela frente 2022.”

“Peço sabedoria para que a gente possa, lá na frente, bem lá na frente, entregar, para quem me suceder, democraticamente e numa eleição limpa, a continuidade do governo brasileiro”, declarou, segundo informações divulgadas pela Folha de S. Paulo.

Bolsonaro fez ataques a Lula e foi apoiado pelo público, que chamou o atual presidente de “mito”. “Não é fácil, mas uma coisa me conforta e muito na presidência da República: é saber que naquela cadeira presidencial não tem um um comunista ladrão sentado nela”, seguiu o candidato à reeleição.

Além de Jair Bolsonaro, discursaram no evento o pastor Márcio Valadão e a pastora Ezenete Rodrigues, da Igreja Batista da Lagoinha. Os únicos candidatos que também falaram no encontro foram o deputado federal Lincoln Portela (PL), que tenta a eleição e Alê Portela (PL), que busca uma vaga na Assembleia Legislativa do estado. Ambos elogiaram o presidente, sem focar em suas próprias candidaturas.

Presentes no evento de Contagem, também estavam Cleitinho Azevedo (PSC) que disputa as eleições para o Senado, o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, o deputado estadual Bruno Engler e o vereador de Belo Horizonte, Nikolas Ferreira.

Mais cedo, em Divinópolis, também em Minas Gerais, Bolsonaro falou em colocar um “ponto final” no que chamou de abusos de outro Poder, fazendo uma referência velada ao Judiciário.

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