Com medo de ser preso junto com filhos, Bolsonaro pensa em abrir mão da reeleição

Atualizado em 22 de setembro de 2021 às 7:20
Bolsonaro grava vídeo sobre a cloroquina com os filhos

O vexame em Nova York surge como uma espécie de pá de cal nas pretensões de Bolsonaro pela reeleição.

O isolamento mundial, o discurso recheado de mentiras e provocações na ONU, o diagnóstico de covid de Queiroga, seu ministro da Saúde, o fato de ter sido humilhado pelo próprio prefeito da metrópole americana e, pior, a situação delicada dos filhos na Justiça são o estopim para um movimento dos próprios aliados contra o mandatário.

O Centrão, bloco de direita que dá sustentação ao planalto, por exemplo, fala abertamente nesta hipótese.

É o que está na boca dos principais líderes do bloco.

LEIA também: Com covid, Queiroga insinua que vacina e máscaras não funcionam

Por esse raciocínio, segundo Monica Bergamo, colunista da Folha, em vez de insistir em contestar as eleições em caso de dificuldade de vitória, o presidente escolheria outro candidato para apoiar, escapando de uma derrota fragorosa nas urnas.

 

Bolsonaro só e mal acompanhado

Em troca, Bolsonaro tentaria garantir apoio para se defender de processos na Justiça contra ele e os filhos, considerados inevitáveis caso ele deixe o poder.

O próprio Bolsonaro já levantou a possibilidade de ser preso ao discursar no dia 7 de Setembro para apoiadores —dizendo que isso pode ser tentado, mas que nunca ocorrerá. “Eu nunca serei preso”, disse.

A preocupação em evitar o pior na Justiça seria central no raciocínio de Bolsonaro, consideram os líderes do centrão que convivem com o presidente e apoiam seu governo.

O mesmo líder que renega aliados que se dão mal se pela de medo de ir parar atrás da grades.