Com quase mil dias, russo quebra recorde de permanência no espaço

Atualizado em 4 de fevereiro de 2024 às 21:47
Cosmonauta russo quebra registro de permanência no espaço. Foto: Divulgação

O cosmonauta russo Oleg Kononenko fez neste domingo (02) um novo recorde de permanência no espaço sideral, ao superar a marca de 878 dias, 11 horas, 29 minutos e 48 segundos de seu antecessor, o russo Guennady Padalka.

Kononenko, que está na  Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) desde setembro, corta o registro às 5h30min08s (horário de Brasília). O russo de 59 anos está em sua quinta missão na plataforma orbital. Seu retorno à Terra está previsto para o dia 23 de setembro, quando ele ficará no total 1.110 dias no espaço. Uma marca de mil dias será atingida em 5 de junho.

À agência de notícias russa TASS, Kononenko disse que, no futuro, o homem deveria construir uma estação que fosse “uma verdadeira casa espacial”, maior e mais confortável, e menos dependente da Terra. Para isso, recomendo o aperfeiçoamento dos sistemas de regeneração de água, quantidade de oxigênio e reciclagem de detritos espaciais.

O Russo voou pela primeira vez para a estação em abril de 2008, como parte da 16ª expedição e, desde então, completou seis caminhadas espaciais, somando 39 horas e 54 minutos.

Gennadi Padalka detentor do antigo recorde de permanência no espaço. Foto: Divulgação

Padalka, detentor do registro agora superado, aposentou-se em 2017, aos 58 anos de idade, depois de perceber que não tinha chance de participar de uma sexta missão à ISS e chegar a mil dias no espaço.

“É uma pena. Sempre fico triste quando um homem preparado, experiente e motivado, com uma longa carreira, deixa as fileiras” dos cosmonautas, analisou à época Sergei Krikalev, diretor do programa de pilotos da Roscosmos, a agência espacial russa.

Padalka superou o recorde que era ostentado por Sergei Krikalev, de 803 dias no espaço, em 29 de junho de 2015, aumentando a marca para 878 dias durante a sua quinta missão.

Vida no espaço

Kononenko afirmou que se exercitava regularmente para combater os efeitos físicos da “insidiosa” ausência de peso, mas se dava conta do que havia perdido no espaço quando retornava à Terra.

“Não me sinto privado ou isolado”, disse. “É só quando volto para casa que percebo que, durante centenas de dias em minha ausência, as crianças cresceram sem um papai. Ninguém vai me devolver esse tempo.”

Ele disse que os cosmonautas agora podem usar chamadas de vídeo e mensagens para manter contato com os parentes, mas se preparar para cada novo voo espacial se tornou mais difícil devido aos avanços tecnológicos.

Vida de um cosmonauta no espaço. Foto: Divulgação

“A profissão de cosmonauta está se tornando mais complicada. Os sistemas e experimentos estão se tornando mais complicados. A preparação não ficou mais fácil”, disse. Kononenko sonhava em ir para o espaço quando criança e se matriculou em um instituto de engenharia, antes de se submeter ao treinamento de cosmonauta.

A ISS é um dos poucos projetos internacionais em que os Estados Unidos e a Rússia ainda cooperam estreitamente. Em dezembro, a Roscosmos anunciou que um programa de voos conjuntos com a Nasa para a ISS havia sido prorrogado até 2025 .

As relações em outras áreas entre os dois países foram interrompidas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia há quase dois anos, à qual Washington enviou respostas de armas para Kiev e impôs sucessivas rodadas de avaliações a Moscou.

Originalmente publicado no Deutsche Welle
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