Com Temer, com Tarcísio, com tudo: Doria prepara seu regresso ao PSDB. Por José Cássio

Há quem acredite que o Brasil é terra de cegos e que o gestor tem um olho: o evento que armou em Nova York, e que deu até B.O, é visto como algo tão valioso que o PSDB implodiu o partido para receber Doria de volta

Atualizado em 20 de dezembro de 2022 às 20:04
O gestor é o menino prodígio da turma do golpista

A quartelada no melhor estilo Tarcísio de Freitas já fez a sua primeira vítima em São Paulo: o PSDB, partido criado por Franco Montoro e tratorado pela conjuntura, dissolveu seus diretórios no Estado e quem está emergindo dessa tentativa de levantar a massa falida é ninguém menos que João Doria, ex-tucano, ex-prefeito da capital, ex-governador e cuja candidatura à presidência acabou naufragando antes do jogo começar neste 2022.

O publicitário deixou o PSDB em outubro, após se declarar neutro na disputa entre Lula e Bolsonaro.

Agora, apoiado pelo ex-desafeto Eduardo Leite, que se elegeu governador do Rio Grande do Sul, prepara seu retorno pensando em 2024: Doria tanto pode concorrer a prefeito da capital, no caso de ter apoio de Tarcísio, ou alegar que está cortando na carne e se submeter a concorrer como vice de Ricardo Nunes, atual prefeito que vai tentar a reeleição pelo MDB.

Com Doria está também o governador Rodrigo Garcia, que igualmente pediu sua desfiliação do PSDB – ambos, com Kassab, esperam se aproximar de Tarcísio e formar um novo bloco de direita no Estado.

Oficialmente, o PSDB não abre qualquer informação: no diretório da capital, Fernando Alfredo já é dado como ex, ainda que o site da sigla aponte seu nome como atual mandatário.

Os 32 diretórios zonais da capital já foram informados de que estão sob intervenção, assim como a seção estadual do partido.

É um quebra-cabeças que não envolve apenas a parceria com o futuro mandatário do Palácio dos Bandeirantes, mas também o inquilino do Edifício Conde Matarazzo, sede da poderosa prefeitura de SP.

O que pesa a favor de Doria e o torna uma espécie de garoto prodígio da turma é a sua capacidade de se aproximar e se envolver com altas autoridades do país.

O Lide Brazil Conference New York, realizado por ele em novembro, com a participação de mais de 260 empresários, de ministros do Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal de Contas da União, além de autoridades monetárias e representantes de entidades de classe é apontado por tucanos como um sinal de que Doria é o único capaz de aglutinar as forças de direita se 2023 representar o que todo mundo espera: a derrocada de Bolsonaro como líder político.

Na turma, além do gestor, Rodrigo Garcia, Kassab, e Ricardo Nunes, já citados, está também Michel Temer, ex-presidente no pós-golpe de 2016 e padrinho político do atual mandatário de São Paulo.

Só falta para a turma uma coisa: dar sorte e sintonizar com Tarcísio para convencê-lo de que o melhor neste momento é dar um balão no ex-capitão da reserva.

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