Com um mês de guerra, Israel isola norte de Gaza e avança tropas

Atualizado em 7 de novembro de 2023 às 7:57
Bombardeio em Israel. Foto: Mohammed Salem

O conflito entre as forças de Israel e o grupo palestino Hamas atinge um mês nesta terça-feira (7). Desde o início dos confrontos, o exército israelense conseguiu estabelecer uma divisão entre a região norte da Faixa de Gaza e o restante do território.

Este período testemunhou um dos confrontos mais violentos entre palestinos e israelenses, de acordo com a agência Associated Press, e não há indicação de uma resolução iminente. O governo de Israel busca remover o controle do Hamas sobre a Faixa de Gaza e desmantelar os equipamentos militares do grupo palestino.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, diz que o número de mortes ultrapassou 10 mil. Prevê-se um aumento no número de mortos à medida que o combate urbano se intensifica com a entrada das tropas na Cidade de Gaza, o que deve ocorrer nos próximos dias, conforme relatos da mídia israelense.

Desde o início da guerra, cerca de 70% dos 2,3 milhões de residentes de Gaza deixaram suas casas. Alimentos, medicamentos, combustível e água estão escassos, e as escolas administradas pela ONU convertidas em abrigos estão superlotadas, forçando muitas pessoas a dormirem nas ruas.

Gaza: Região onde brasileiros estão também é alvo de ataques de Israel
Palestino segurando criança no colo após bombardeio em Gaza. Foto: Yasser Qudih/Reuters

Na última segunda-feira (6), as forças israelenses realizaram bombardeios na região em preparação para uma possível invasão terrestre da Cidade de Gaza, a maior do território. O coronel Richard Hecht, porta-voz militar de Israel, afirmou que o cerco foi completado, isolando os centros do Hamas no norte daqueles no sul da Faixa de Gaza.

Os israelenses exortam a população civil de Gaza a se deslocar para o sul, no entanto, centenas de milhares de pessoas ainda permanecem nas áreas que provavelmente serão palco de confrontos nos próximos dias. Cerca de 800 mil pessoas já buscaram refúgio no sul da Faixa de Gaza.

O exército israelense assegura que ainda há um corredor de evacuação para os moradores da Cidade de Gaza irem para o sul, mas muitos têm receio de utilizá-lo.

Nos últimos dias, ataques aéreos atingiram instalações da ONU onde pessoas buscavam abrigo e hospitais, que estão sobrecarregados com feridos e enfrentam escassez de energia e suprimentos.

Um ataque na madrugada de segunda atingiu o Hospital Shifa, na Cidade de Gaza. Testemunhas relatam que foi uma das noites de bombardeio mais intensas no norte de Gaza.

Israel anunciou ter atingido 450 alvos durante a noite e alega ter eliminado vários comandantes militares do Hamas. O país responsabiliza o Hamas pelas mortes de civis, argumentando que os combatentes do grupo operam em áreas residenciais.

Bombardeios israelenses reduziram partes da Faixa de Gaza a escombros. Foto: GETTY IMAGES

Vale destacar também que o serviço de telefonia móvel e internet sofreu interrupções durante a noite, a terceira desde o início da guerra, mas foi gradualmente restabelecido na segunda-feira.

Discussões sobre pausas no conflito têm ocorrido, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou diretamente com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre possíveis interrupções táticas na segunda-feira. No entanto, a Casa Branca informou que não houve um acordo concreto.

Até o momento, Israel rejeitou sugestões dos EUA para uma pausa visando facilitar a entrega de ajuda humanitária e a libertação de cerca de 240 reféns mantidos pelo Hamas. O país também recusou pedidos por um cessar-fogo mais amplo.

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