Com voto de Quaquá, Conselho de Ética arquiva processo contra Nikolas Ferreira por transfobia

Atualizado em 9 de agosto de 2023 às 18:00
Deputado federal Washington Quáquá. Foto: Reprodução

O vice-presidente nacional do PT, deputado Washington Quaquá (RJ), votou a favor do arquivamento do processo contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) no Conselho Ética da Câmara, nesta quarta-feira (9).

Segundo o parlamentar, o seu voto foi por uma questão “pedagógica” e de alerta aos deputados. Quaquá reforçou que sua posição era pessoal e não representava o seu partido.

O deputado ainda defendeu que todas as representações no Conselho de Ética sejam arquivadas e que, apenas a partir de agora, se estabeleça um método de intolerância em quebra de decoro parlamentar.

“Esta comissão deve falar para todos os deputados que a partir de agora não toleraremos mais nenhuma falta de decoro no plenário ou nas ações dos mandatos”, disse. “Acho que a gente deve negar todas as admissibilidades, como ato pedagógico, independente do mérito”, afirmou.

Após o relator do caso, deputado Alexandre Leite (União Brasil-SP), mudar seu voto de última hora, o Conselho de Ética da Casa decidiu arquivar o processo contra o bolsonarista, por 12 votos a cinco, por transfobia.

A representação contra o Nikolas tratava do episódio em que ele subiu à tribuna da Câmara, vestiu uma peruca loira e disse que “hoje se sente uma mulher”. A fala aconteceu no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março deste ano.

Deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) usando peruca durante discurso transfóbico na Câmara. Foto: Reprodução

Inicialmente, Leite afirmou que a atitude de Nikolas poderia ser considerado passível de transfobia por demonstrar intolerância e desrespeito por mulheres trans e travestis. O relator ainda disse que, ao colocar uma peruca, o parlamentar estaria perpetuando estereótipos negativos e contribuindo para marginalização da comunidade trans e travesti.

Leite, no entanto, acabou desconsiderando os argumentos apresentados por ele mesmo e defendeu o arquivamento do processo. A única sanção sugerida foi uma censura por escrito.

“O que aconteceu naquele dia, embora tenha boas intenções, foi grave, diante do cenário que nós vivemos de violência”, disse o relator. “Levando tudo isso em consideração, acredito eu que não seja oportuno, talvez, levar isso adiante aqui no Conselho de Ética”, completou.

Veja o vídeo:

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