Comitê que investiga o caso do Capitólio recomenda inelegibilidade de Trump

Atualizado em 23 de dezembro de 2022 às 19:08
Ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Foto: Reprodução

O comitê da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que investiga o ataque ao Capitólio, entregou na quinta-feira (22) o relatório final detalhando as ações do ex-presidente Donald Trump para anular os resultados das eleições de 2020. O texto recomenda que o Congresso deve impedir que o ex-presidente e seus aliados ocupem cargos futuramente. Com informações da Folha de S.Paulo.

O documento de mais de 800 páginas descreve as evidências coletadas pelo grupo. “A causa central do 6 de janeiro foi um homem, o ex-presidente Donald Trump, a quem muitos outros seguiram”, disse o relatório. “Nenhum dos eventos de 6 de janeiro teria acontecido sem ele.”

A investigação indica que Trump e aliados se envolveram em pelo menos 200 ações contra o pleito. O relatório apresenta material sobre os esforços do ex-presidente para permanecer no cargo mesmo depois de perder as eleições.

“Parte da tragédia do 6 de janeiro é a conduta daqueles que sabiam que o ocorrido era profundamente errado, mas mesmo assim tentaram minimizar sua importância ou defender os responsáveis”, diz outro trecho do documento.

Segundo o texto, o republicano pressionou as autoridades eleitorais estaduais, o Departamento de Justiça e o seu vice-presidente, Mike Pence, para ajudá-lo. Algumas das conclusões apresentadas no relatório foram abordadas nas audiências públicas realizadas pelo comitê.

“Repetidas vezes, o presidente Trump foi informado de que suas alegações de fraude eleitoral não eram verdadeiras. Ele escolheu espalhá-las de qualquer maneira”, afirma o relatório.

No fim do documento, o comitê apresenta uma lista com 11 recomendações para evitar que um novo ataque como a invasão ao Capitólio seja realizado novamente. As sugestões também buscam responsabilizar Trump e seus aliados.

O comitê da Câmara dos EUA recomenda as seguintes medidas:

  1. Aprovação da Lei de Reforma Eleitoral;
  2. Responsabilização criminal e civil dos acusados ​​por má conduta, incluindo advogados;
  3. Que as agências federais norte-americanas adotem ações para combater atividades violentas e revisem a segurança dos dados de inteligência;
  4. Solicitar ao Congresso a criação de um mecanismo formal para que indivíduos envolvidos em atos de “insurreição” sejam impedidos de ocupar cargos públicos;
  5. Designar as sessões conjuntas do Congresso que oficializam os resultados das eleições gerais como Eventos Especiais de Segurança Nacional. A classificação exige medidas de segurança específicas, planejamento e preparação antecipada para os eventos;
  6. Reforma de estatutos criminais para adicionar punições mais severas contra indivíduos que tentaram impedir a transferência de poder;
  7. Aprovação de uma legislação para permitir que a Câmara dos EUA faça cumprir suas intimações no Tribunal Federal norte-americano;
  8. Que os comitês de jurisdição do Congresso apliquem punições mais severas a pessoas que ameaçam funcionários envolvidos em processos eleitorais. Também devem assegurar maior proteção às informações pessoais dos trabalhadores;
  9. Maior supervisão da Polícia do Capitólio e melhorias no treinamento, equipamentos e no serviço de inteligência;
  10. Que os comitês do Congresso continuem “avaliando as políticas das empresas de mídia que tiveram o efeito de radicalizar” seus usuários “inclusive provocando as pessoas a atacarem seu próprio país”;
  11. Que os comitês do Congresso investiguem os riscos para futuras eleições de presidentes que tentam invocar um ato de insurreição.
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