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Dilma larga com grande favoritismo na corrida presidencial

Só uma economia em pane parece capaz de provocar alguma zebra.

Dilma

No calendário político já estamos em 2014.

Nesta semana, o PT anuncia o que todos já sabiam: é Dilma a candidata do partido. Tinha que ser ela e vai ser ela.

A novidade aparente é que a maior competição a ela vai vir pela esquerda, em Marina Silva e em Eduardo Campos, e não pela direita, em Aécio.

O PSDB parece morto antes de começar a campanha. FHC luta contra a popularidade de Lula, Serra luta por ele mesmo e Aécio não luta por nada.

Os tucanos não têm nada a dizer no campo em que a eleição vai se definir – o da desigualdade social.

Os outros três têm, e por isso a competição se dará entre eles.

Dilma é favorita. É popular e transmitiu a imagem de uma administradora competente e incorruptível. Ela se tornou como uma mãe para a chamada voz rouca das ruas.

No campo do caráter, se destacou ao mostrar absoluta lealdade a seu eterno chefe, Lula. O olhar destruidor que ela endereçou a Joaquim Barbosa no enterro de Niemeyer é uma imagem que entrará para a história. Todo mundo sonha ter um amigo assim, tão incondicional.

As coisas podem se complicar para Dilma se a economia fraquejar.

Marina é um bom nome, mesmo que seu partido seja ainda uma incógnita. Ela teve votação expressiva em 2010, e projeta a imagem de alguém que tem foco no combate à desigualdade, como o PT, mas com princípios éticos mais rigorosos, ou mais ingênuos, se preferirem.

Marina

Cai bem também a ela seu currículo em defesa do meio ambiente, embora não cortar árvores no Brasil ainda renda muito mais aplausos nas seções verdes da mídia do que votos efetivos. Podemos ter um segundo turno feminino, o que seria interessante.

Campos tem um percurso mais longo a percorrer. É uma figura regional em busca de notoriedade nacional. Vai fazer uma caravana pelo Brasil, mas a única pessoa que se deu bem com uma estratégia andarilha foi Lula. Não basta você ir aos lugares: as pessoas têm que querer ver você.

Quem quer ver Campos? Duro teste para ele.

Se eu fosse bookmaker, colocaria Dilma na condição de grande favoritismo – nas condições de hoje. Vitória provável no primeiro turno, sob lamúrias dos já famosos escaravelhos de Boff. Marina viria em segundo, em minha lista, com potencial de ir para o segundo turno.

Campos ficaria num segundo plano. E Aécio receberia tratamento de zebra. Pagaria a quem apostasse nele a mesma cifra majestosa que eu daria a quem apostasse no Fulham, meu humilde vizinho de bairro em Londres, para ser campeão da Premier League.

Paulo Nogueira

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

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