Connery, Moore ou Craig: quem foi o melhor James Bond? (Alguém falou em George Lazenby??)

Atualizado em 3 de outubro de 2012 às 5:04

Você pode gostar mais de Sean Connery, e você estará correto, mas cada um dos seis atores contribuiu para a carreira de uma das franquias mais longevas e bem-sucedidas do cinema (mais de 15 bilhões de dólares). Operação Skyfall tem estreia marcada para 26 de outubro e fará crescer o bolo da bondmania em mais alguns milhões.

Criado em 1953 pelo escritor inglês Ian Fleming, bon-vivant nascido numa família rica, com passagem pela Inteligência Naval britânica, James Bond já nasceu, de certa forma, anacrônico, como um heroi de um império em decadência (“Antigamente, nós lhes mostrávamos os dentes. Hoje, apenas as gengivas”, diz ele em Moscou Contra 007). A Guerra Fria acabou, as mulheres tomaram o poder, ninguém mais pede dry-martini, mas ele continua vivo e saltitante.

Há 50 anos, em O Satânico Doutor No, o escocês Sean Connery, com sua peruca, incorporou pela primeira vez o homem com licença para matar e consolidou um tipo inesquecível: violento, aristocrático e macho. Com a passagem dos anos, James Bond teve de se adaptar. Roger Moore era mais suave e palhaço. Daniel Craig, o atual, é bombado e triste. Timothy Dalton era.. quem era Timothy Dalton? Lembre-se:

SEAN CONNERY

O primeiro e, para muitos, definitivo Bond: atlético, sarcástico, predador sexual, mestre do wit. Connery estrelou a série seis vezes, até 1971, voltando em 1983 para o auto-referente Nunca Mais Outra Vez. Por razões financeiras, ele se recusou a participar das comemorações de 50 anos do personagem. Curiosamente, Ian Fleming preferia outro para seu agente: Cary Grant. Ainda bem que Grant não topou.

GEORGE LAZENBY

Embora tenha feito apenas A Serviço Secreto de Sua Majestade, considerado o melhor livro de Fleming, o ex-modelo Lazenby conferiu um lado mais dark a 007, que foi seguido por Daniel Craig depois. Mas não sobreviveu à avalanche de críticas e à sombra de Connery. Podia ter passado sem uma frase, depois que uma garota rouba seu carro na praia: “Isso nunca teria acontecido com o outro cara”.

ROGER MOORE

Engraçado, às vezes patético, mas não era culpa dele. James Bond tinha de se virar com as feministas, os pacifistas e uma década em que todo o mundo, sem exceção, se vestia mal. Moore, a certa altura, virou aquele tio que conta piadas de pavê. Fora as sequências estapafúrdias, como aquela em que ele começa descendo o rio Amazonas e termina nas cataratas do Iguaçu. De qualquer maneira, fez pelo menos dois clássicos: O Espião Que Me Amava, com o inesquecível vilão Jaws e seus dentes de aço, e Somente Para Seus Olhos.

TIMOTHY DALTON

Marcado Para Morrer foi um sucesso. Em compensação, tinha a maldita música-tema do A-ha, Living Daylights. Era o único dos intérpretes com passagem pela Royal Shakespere Academy, o que, rigorosamente, não quer dizer nada, a não ser que ele conseguia declamar algumas falas de Hamlet. O segundo filme, Licença para Matar, flopou miseravelmente e levou Dalton consigo. No auge do pânico da Aids, ninguém queria saber de um agente secreto adepto do sexo casual e frequente.

PIERCE BROSNAN

Brosnan esteve em quatro filmes de James Bond, todos eles bem sucedidos. O primeiro foi GoldenEye. 007 não ficava tão bem num tuxedo desde Sean Connery. Ele conseguiu juntar a ironia de Connery ao lado paspalho de Moore (Brosnan é um bom comediante, aliás). Beneficiou-se, também, dos avanços tecnológicos do cinema, com filmes em que explosões e perseguições ganharam espaço. Espaço demais, para alguns.

DANIEL CRAIG

O nanico Craig (ele teve de usar palmilhas em Quantum of Solace diante de um dos vilões) é um pouco sério e sensível demais, mas, novamente, é sinal dos tempos. Casino Royale é um dos grandes filmes da série, com a linda Eva Green e seu olhos verdes fazendo o homem sofrer como nunca. Em Operação Skyfall, Craig tem de lidar com o passado nebuloso da chefe M (Judi Dench, ou Dame Judi Dench, a Fernanda Montenegro deles). Precisa dar um desconto. Seja como for, com Craig ou sem Craig, 007 estará por aqui pelos próximos 50 anos.