Publicado originalmente no Tijolaço:
Por Fernando Brito
Cumprindo a já costumeira tradição de “adiar sempre”, o Conselho Nacional do Ministério Público adiou para após o recesso – já de si absurdo – de meio de ano o julgamento da ação movida contra a exibicionista apresentação de Deltan Dallagnol apontando Lula, no famoso powerpoint, de chefiar uma organização criminosa, acusação da qual o ex-presidente já foi absolvido pela própria Justiça Federal.
O argumento é o de que já havia “processos demais” na pauta da sessão da próxima terça-feira, a última até agosto, quando se encerra o descanso de meio de ano do MP.
Com isso, parece ter sido atingido o objetivo de aliviar a pressão sobre a Lava Jato do Paraná, que enfrenta mais questionamentos do que jamais teve desde sua criação.
Desde o ano passado, aliás, adiar decisões tem sido a mais frequente forma de livrar Deltan Dallagnol das várias representações que se move contra ele.
Sem defesa plausível, postergar a hora da verdade acaba sendo uma faca de dois gumes: preserva-o de sanções, mas vai tornando sua figura cada vez menos palatável a seus colegas de corporação.
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