Copom deve reduzir Selic para 12,75% nesta quarta, menor nível em 16 meses

Atualizado em 20 de setembro de 2023 às 6:33
Comitê de Política Monetária do Banco Central. (Foto: Reprodução)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá nesta quarta-feira (20), e há previsões de que reduzirá a taxa básica de juros da economia de 13,25% para 12,75% ao ano. Esse evento é aguardado com grande expectativa pelos economistas das instituições financeiras e a decisão oficial será divulgada por volta das 18h30.

Este potencial ajuste representaria o segundo corte consecutivo na taxa Selic, que começou a diminuir em agosto deste ano. Caso seja confirmado, a taxa de 12,75% ao ano seria a mais baixa desde maio de 2022, quando estava em 11,75% ao ano, marcando, assim, o menor índice em 16 meses.

A perspectiva de redução da taxa de juros para 12,75% ao ano se baseia em indicativos fornecidos pelo próprio Banco Central. Em seu comunicado na última reunião, quando a taxa foi diminuída em 0,5 ponto percentual, o Copom mencionou a possibilidade de continuar com uma “redução de magnitude equivalente” à adotada naquela ocasião.

De acordo com as projeções dos analistas do mercado financeiro, a tendência é que a taxa Selic continue em queda nos meses seguintes, encerrando o ano de 2023 em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é que a Selic alcance 9% ao ano.

Fachada do Banco Central, só nome e símbolo aparecendo
Sede do Banco Central em Brasília. Foto: Marcello Casal Jr

A fim de estabelecer a taxa básica de juros e conter a inflação, o Banco Central está focando nas metas para o próximo ano e no objetivo de inflação de 12 meses, que se inicia em 2025.

A taxa Selic, como principal instrumento de política monetária, é usada pelo Banco Central para controlar a inflação. Um aumento na inflação reduz o poder de compra das pessoas, especialmente aquelas com salários mais baixos, uma vez que os preços dos produtos sobem sem que os salários acompanhem esse crescimento.

Apesar do aumento da inflação em agosto deste ano, que somou 4,61% em doze meses, analistas avaliam que isso já era projetado. Além disso, pontuam que os dados da inflação subiram menos que o esperado.

“Então, ainda há indícios técnicos para haver esta redução [dos juros]”, disse Dierson Richetti, sócio da GT Capital.

Os juros mais baixos no Brasil terão várias implicações na economia, incluindo; Redução das taxas bancárias, com expectativa de que os cortes de juros sejam repassados aos clientes; Estímulo ao crescimento da economia, com perspectiva de melhoria no consumo da população e nos investimentos produtivos; Melhoria das contas públicas, uma vez que as reduções de juros diminuem as despesas com juros da dívida pública, resultando em economia significativa e Impacto nas aplicações financeiras, com rendimentos potencialmente menores em investimentos de renda fixa, como Tesouro Direto e debêntures.

Os economistas também observam que o PIB de 2023 está apresentando resultados melhores do que o previsto, mas não deve impactar significativamente a inflação. Contudo, a alta na atividade econômica pode aumentar os preços, o que mantém a expectativa de cortes na taxa de juros nas reuniões até o final do ano.

Nesse contexto, o mercado aguarda com interesse a reunião do Copom nesta quarta-feira, bem como as duas próximas reuniões previstas para 1º de novembro e 13 de dezembro.

O CEO da Loara Crédito, Adilson Seixas, aponta fatores como a desaceleração econômica prevista para o próximo ano e a melhoria do cenário fiscal do país como justificativas para a previsão de redução contínua da taxa Selic.

“No mercado interno, também podemos enfrentar nos próximos meses uma desaceleração da economia, devido aos resultados dos juros altos que se estenderam por um longo período, além da melhora da percepção de risco político-fiscal no país”, afirmou.

“Esses cenários são alguns pontos de atenção para o Banco Central seguir reduzindo a taxa Selic ao longo de suas próximas reuniões”.

Já o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, espera que o Copom mantenha uma abordagem cautelosa e gradual, com cortes de 0,50 ponto percentual em todas as reuniões deste ano. Ele projeta que a Selic termine 2023 em 11,75% e continue a cair em 2024, atingindo 9,50%.

“Ainda vemos o Copom com uma mensagem de cautela e parcimônia. Portanto, esperamos um corte de 0,50% na quarta-feira. Para os anos fechados, esperamos que a Selic termine 2023 em 11,75%, com o ciclo se estendendo no próximo ano, com a taxa Selic fechando 2024 em 9,50%”, afirmou.

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