CPI tem “fortes condições” para indiciar Bolsonaro após depoimento de hacker, diz relatora

Atualizado em 17 de agosto de 2023 às 21:16
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Adriano Machado

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, afirmou nesta quinta-feira (17) que o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto forneceu “fortes condições” para indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Eu diria que hoje os elementos apresentados a esta comissão nos dão forte condições de ao final termos o indiciamento do ex-presidente Bolsonaro. Precisamos compatibilizar com as quebras que nós estamos defendendo que ocorra. Dentre elas as quebras de sigilos, os relatórios Coaf e as quebras telemáticas”, disse a relatora.

“Sendo confirmadas as informações de hoje, não há dúvida nenhuma que partiremos para esses indiciamentos. Mas precisamos aguardar esses dados que chegarão na CPMI”.

Senadora Eliziane Gama (PSD-MA) durante CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Bolsonaro ainda não foi alvo de pedidos de quebra de sigilo ou de comparecimento ao colegiado. Uma CPI não pode indiciar uma pessoa, mas indicar ao Ministério Público a responsabilização civil e criminal.

Em seu depoimento, Delgatti fez uma série de acusações contra Bolsonaro e apontou o ex-mandatário como mandante de diversos atos ilícitos. O hacker também afirmou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) atuava como a mediadora dos interesses do ex-presidente.

Segundo o hacker, Bolsonaro prometeu conceder um indulto caso ele assumisse a autoria de um suposto grampo com “conversas comprometedoras” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“De fato, hoje é um dia marcante do ponto de vista dos trabalhos da CPMI e que, não há dúvida nenhuma, traz desdobramentos, com a apresentação de novos requerimentos”, afirmou a senadora.

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