CPMI do 8 de janeiro aciona PGR para apurar pedras preciosas entregues a Bolsonaro em MG

Atualizado em 5 de agosto de 2023 às 7:43
O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

A CPMI do 8 de janeiro acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar a origem e o paradeiro de “pedras preciosas” que foram entregues ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no final de outubro do ano passado na cidade de Teófilo Otoni, em Minas Gerais.

Uma troca de emails entre funcionários da ajudância de ordens da Presidência aponta que o ex-capitão teria recebido um envelope e uma caixa com pedras preciosas para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Nos documentos, o ex-assessor Cleiton Henrique Holzschuk relata que, a pedido do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, “as pedras não devem ser cadastradas e devem ser entregues em mão para ele [Cid]”.

“Foi guardado no cofre grande, 01 (um) envelope contendo pedras preciosas para o PR [presidente] e 01 (uma) caixa de pedras preciosas para a PD [primeira-dama], recebidas em Teófilo Otoni em 26/10/22”, relatou Holzschuk.

Parlamentares, no entanto, questionam se o ex-chefe do Executivo cometeu o crime de peculato. Eles afirmam que as pedras preciosas não constam na relação de 1.055 itens recebidos oficialmente por ele nos quatro anos de mandato.

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Eduardo Anizelli

O advogado Josino Correia Junior, morador de Teófilo Otoni, afirmou que foi ele quem deu o presente a Bolsonaro durante a passagem do ex-mandatário pela cidade. “São pedras semipreciosas. Comprei na véspera da vinda dele à cidade. Custaram R$ 400”, afirmou.

Segundo Josino, o conjunto entregue a Bolsonaro é composto de topázios azuis, citrinos (pedra de cor amarela) e prasiolitas (verde), acondicionadas em um estojo. Ele ainda disse que as pedras são “provenientes de exploração legal”.

O advogado ainda disse que o filho caçula também presenteou o ex-presidente com alguns cristais e ametistas de um acervo pessoal. Josino ressaltou que os dois volumes seriam destinados ao próprio Bolsonaro, cujo nome teria sido gravado no estojo.

Lojistas de Teófilo Otoni dizem que o quilate do topázio azul varia, em média, de US$ 7 (cerca de R$ 35 na cotação atual) a US$ 15 (o equivalente a aproximadamente R$ 73), dependendo do tom de azul da pedra. Já o quilate do citrino é negociado por valores entre R$ 20 e R$ 30, enquanto o da prasiolita varia de R$ 10 a R$ 30.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link