CPMI quer ouvir Frederick Wassef, o advogado de Bolsonaro

Atualizado em 26 de agosto de 2023 às 20:55
Advogado Frederick Wassef. Foto: Bruno Santos

Os membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os eventos golpistas de 8 de janeiro estão buscando esclarecimentos acerca da maneira como o advogado Frederick Wassef conseguiu readquirir um relógio Rolex, avaliado em mais de R$ 300 mil, mesmo encontrando-se endividado.

Wassef acumula dívidas que totalizam R$ 66 mil, abrangendo questões de condomínio, impostos e até mesmo multas de trânsito. Ele deve aproximadamente R$ 3.516,35 somente em IPTU para a prefeitura de Atibaia (SP).

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) declarou que o comitê já tinha a intenção de convocar Wassef devido ao seu envolvimento nos escândalos relacionados às joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu de delegações estrangeiras. Agora, conforme a avaliação da parlamentar, a convocação provavelmente será acelerada.

“Sabendo destas informações de que Wassef acumula dívidas, isso nos oferece uma pista e reforça a necessidade de ouvi-lo, fornecendo mais indícios de que possa haver algo suspeito”, afirmou Soraya.

Atualmente, existem seis pedidos de convocação do advogado como testemunha na CPI dos eventos golpistas, além de três solicitações para a quebra de seu sigilo – todos sob o escopo da Operação Lucas 2:12, conduzida pela Polícia Federal (PF).

Frederick Wassef e Jair Bolsonaro. Foto: Mateus Bonomi

Para o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), a informação sobre a inadimplência de Wassef reforça a necessidade do presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), colocar em votação os requerimentos.

“Estamos analisando muito dinheiro que transitou nesses últimos meses, principalmente após o segundo turno, foi para financiar o golpe de Estado”, completou a senadora.

Segundo investigações, o advogado recomprou o relógio que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, vendeu durante viagem aos Estados Unidos.

Durante coletiva de imprensa, no último dia 15, Wassef afirmou que adquiriu o item como “presente ao governo brasileiro”. O advogado, no entanto, negou qualquer envolvimento em uma suposta “operação de resgate” da joia.

“Utilizai meu próprio dinheiro para adquirir o relógio. Minha intenção ao comprá-lo era cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU)”, disse.

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