Crise com a Venezuela: Reino Unido envia navio de guerra à Guiana

Atualizado em 24 de dezembro de 2023 às 17:47
Foto panorâmica do rio Essequibo, que cruza a Guiana. Foto: Pete Oxfor

Publicado originalmente na RFI

O Reino Unido vai enviar um navio de patrulha militar em apoio à Guiana, por conta da crise envolvendo o Essequibo, um território rico em petróleo reivindicado pela Venezuela, disse Londres neste domingo (24).

“O HMS Trent viajará este mês para a Guiana, nosso aliado regional e parceiro da Commonwealth, para uma série de compromissos na região”, disse o Ministério da Defesa britânico em comunicado, sem mais detalhes.

Segundo a BBC, o barco-patrulha deverá participar de manobras militares depois do Natal com outros aliados não especificados da ex-colônia britânica. Londres já tinha demonstrado o seu apoio à Guiana ao enviar o seu secretário de Estado, David Rutley, para a América do Sul.

O HMS Trent, que, normalmente, fica baseado no Mediterrâneo, foi enviado ao Caribe no início de dezembro para combater o tráfico de drogas.

Cerca de 125 mil pessoas, um quinto da população da Guiana, vivem no Essequibo, que representa dois terços da área terrestre do país.

Disputa histórica

A Venezuela sustenta que o rio Essequibo deveria ser a fronteira entre os dois países, como era em 1777, na época do Império Espanhol. A Guiana argumenta que a fronteira, que data da era colonial inglesa, foi ratificada em 1899 por um tribunal arbitral em Paris.

Recentemente, a tensão aumentou após o lançamento das licitações de petróleo pela Guiana em setembro, e depois do referendo organizado em resposta em 3 de dezembro na Venezuela sobre a anexação do Essequibo, um território de 160 mil quilômetros quadrados, rico em petróleo e recursos naturais, administrado por Georgetown.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, estiveram reunidos no dia 15 de dezembro numa cúpula que ajudou a aliviar a pressão. Ambos prometeram continuar as discussões de forma diplomática, sem o uso de forças militares, apesar disso, os dois países mantiveram as suas posições.

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