Cristãos expulsos das igrejas bolsonaristas criam movimento de resistência

Atualizado em 30 de março de 2019 às 10:34
Malafaia e Bolsonaro
Na contramão de líderes evangélicos que se aliaram a Jair Bolsonaro nas últimas eleições, cristãos sem igreja criaram um movimento para ajudar na formação de grupos que, ao mesmo tempo, pratiquem sua fé e se oponham à escalada da extrema direita no Brasil.
A iniciativa é do movimento “Cristãos contra o fascismo”, que surgiu no ano passado.
Agora, os coordenadores estão divulgando o manifesto Liberta.

Leia o texto:

Depois que a igreja concedeu apoio institucional, acrítico e incondicional ao Bolsonaro e ao seu discurso fascista, muitos cristãos abandonaram suas igrejas ou foram expulsos dela.

Boa parte desses ainda não encontrou um novo lugar para congregar e outros nos procuram relatando sobre a dificuldade de encontrar igrejas progressistas, libertárias e críticas em suas cidades.Desde sua origem, durante as eleições de 2018, o movimento Cristãos Contra o Fascismo se propõe a ser mais do que um movimento virtual.

Fomos às ruas, criamos conteúdo para reverter votos, material de protesto e estudos bíblicos que dialogam com nossa realidade, nossa fé em Cristo e o contexto político pelo qual passa o país.

Agora, diante da necessidade de acolher estes irmãos que saíram de suas congregações e apresentar para o país uma outra narrativa de Evangelho, que respeita a dignidade humana, que faz opção pela justiça social, pelos mais pobres e os marginalizados e que respeita a democracia, convocamos nossas irmãs e irmãos para assumirem o compromisso dos seus batismos e junto conosco iniciarmos uma rede de igrejas libertárias, o LIBERTA, assim como se organizaram os cristãos na Alemanha em 1933 para fundarem pelo país as Igrejas Confessantes, movimento de igrejas que faziam oposição ao nazismo de Hitler.