Nas rodas da alta sociedade de Natal não se fala em outra coisa: ainda que Bolsonaro perca a eleição para Lula neste domingo, Fábio Faria não ficará no relento.
A ele está reservado um dos mais cobiçados espaços de poder e dinheiro do país: o comando do SBT, emissora de televisão de Silvio Santos, de quem é herdeiro e genro predileto.
O político do Rio Grande do Norte é casado desde 2017 com Patricia, uma das quatro filhas de Silvio com Iris Abravanel. Eles têm 3 filhos: Pedro (8 anos), Jane (de 4) e Senor, nascido em 2019 e batizado com o nome original do Patrão.
Atual ministro das Comunicações de Bolsonaro, Faria é o pivô do escândalo dos relatórios falsos sobre supostas inserções publicitárias da campanha de Bolsonaro não veiculadas por rádios do Nordeste.
De tão amador, o caso foi o estopim para a crise que se instalou na campanha de reeleição nesta reta final de 2o turno.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão máximo da Justiça Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, não apenas negou o pedido de investigação, como puniu com exoneração um servidor da área de propaganda eleitoral, o bolsonarista Alexandre Gomes Machado, que atuava na coordenação do Pool de Emissoras e era responsável pelo recebimento dos arquivos com as propagandas eleitorais de Lula e Bolsonaro.
O escolhido de Silvio Santos para comandar os negócios da família não agiu sozinho na tentativa tabajara de sabotar o processo eleitoral e, por tabela, o sistema democrático do país.
Ele se juntou a duas outras figuras patéticas que formam o tripé da inteligência bolsonarista: o ex-assessor Fábio Wajngarten e o filho debiloide do capitão, Carlos Bolsonaro.
Na sua justificativa para negar o pedido de investigação e mandar punir os culpados, o presidente do TSE apontou discrepâncias “gritantes” e disse que a papelada apresentada nunca poderia “ser chamada de ‘prova’ ou ‘auditoria’”.
“Não restam duvidas de que os autores – que deveriam ter realizado sua atribuição de fiscalizar as inserções de rádio e televisão de sua campanha – apontaram uma suposta fraude eleitoral às vésperas do segundo turno do pleito sem base documental crível, ausente, portanto, qualquer indício mínimo de prova”, disse Alexandre de Moraes.
A palhaçada teve outra consequência grave para o bolsonarismo.
Além de negar o pedido, o ministro incluiu os envolvidos no caso na apuração das milícias digitais – que Alexandre de Moraes conduz no Supremo Tribunal Federal – e encaminhou seus nomes para serem investigados pela Procuradoria-Geral Eleitoral, alegando que há no caso “possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana”.
Guindado pelo sogro ao posto de ministro das Comunicações – a ideia primeira era torná-lo candidato a vice de Jair na tentativa de reeleição -, Fabio Faria, apesar de jovem (tem 45 anos), é um político praticamente em fim de carreira.
É certo que, sendo filho do ex-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, conquistou quatro mandatos consecutivos como deputado federal.
Ocorre que sua votação foi diminuindo a cada eleição a ponto de, em 2018, quase ter ficado de fora, fato que acabou precipitando sua decisão de não concorrer neste ano.
Bonitão e esperto – sua fama de namorador é cantada em verso e prosa pela própria mulher -, aguarda agora apenas o sogro aposentar as chuteiras para mais uma boa jogada: assumir o Baú da família Abravanel.
Neste VÍDEO, a brincadeira de mau gosto do genro de Silvio Santos, que adora imitá-lo, foi feita num momento em que o país tinha 14,6% da população desempregada, 67,9 milhões de cidadãos precisando recorrer ao auxílio emergencial e 17,7 milhões de pessoas que voltaram à pobreza segundo dados da Fundação Getúlio Vargas.
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