Defendida por Bolsonaro, anistia para terroristas do 8/1 já é discutida no Congresso

Atualizado em 27 de fevereiro de 2024 às 12:53
Terroristas presos após o ataque terrorista de 8 de janeiro em Brasília. Foto: Tom Molina/AFP

Defendida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante ato na Avenida Paulista neste domingo (25), a anistia de terroristas acusados e condenados pela invasão da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 já é alvo de um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.

O projeto foi apresentado pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente, em outubro do ano passado. O documento está parado atualmente na Comissão de Defesa da Democracia, cujo relator é o senador Humberto Costa (PT-PE).

“Fica concedida anistia, nos termos do art. 48, VIII, da Constituição Federal, a todos que, em razão das manifestações ocorridas em Brasília, na Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023, tenham sido ou venham a ser acusados ou condenados pelos crimes definidos nos arts. 359-L e 359-M do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal”, diz o projeto de Mourão.

O texto do senador alega “incapacidade” da Justiça para “individualizar e provar as condutas específicas” dos crimes cometidos pelos acusados. “A única solução que se apresenta é a concessão de uma anistia”, diz Mourão no texto.

O ex-vice-presidente Hamilton Mourão e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Adriano Machado/Reuters

Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 101 pessoas por participar do ataque terrorista. As penas variam de 3 a 17 anos de prisão, além do pagamento de uma indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

“As condenações que o Supremo Tribunal Federal vem aplicando aos acusados é, data vênia, desproporcional e, por isso mesmo, injusta”, diz o projeto de Mourão.

O ex-presidente, durante o ato na Paulista, pediu para que o Congresso Nacional discutisse uma anistia para os terroristas, chamados de “pobres coitados” por ele. Mourão não participou do ato, mas manifestou apoio ao evento nas redes sociais.

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