Defesa abandona tribunal e adia julgamento de bolsonarista que matou líder do PT

Atualizado em 4 de abril de 2024 às 12:43
Jorge Guaranho é réu por assassinar tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR). Foto: reprodução

Nesta quinta-feira (4), o juiz Hugo Michelini suspendeu o júri popular do ex-policial penal Jorge Guaranho, réu por homicídio duplamente qualificado pela morte de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

O júri, que teve início às 9h, foi suspenso às 9h50, após a defesa de Guaranho abandonar o plenário devido à não aceitação de seus pedidos pelo juiz. O caso aconteceu em 2022 durante a comemoração de 50 anos de Marcelo com temática do PT, resultando em sua morte após ser baleado pelo ex-policial fã do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A defesa de Guaranho solicitou o adiamento do júri devido à impossibilidade de localizar uma testemunha essencial para o julgamento. Além disso, reclamou da anexação de documentos ao processo pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em prazo menor que o exigido e da chegada tardia do réu em Foz do Iguaçu, menos de 24 horas antes do julgamento.

Outra questão levantada pela defesa foi a inclusão nos autos de documentos referentes a outra ação penal, na qual Guaranho é vítima, após as agressões que sofreu ao atirar contra Arruda.

Marcelo Arruda foi assassinado em seu aniversário de 50 anos. Foto: reprodução

O juiz Michelini negou os pedidos da defesa, entendendo que a inclusão dos documentos não interferiria no julgamento. Diante disso, a defesa abandonou o plenário e o júri foi suspenso, com a nova data marcada para 2 de maio, às 8h30, no mesmo local.

O advogado de defesa da vítima, Daniel Godoy, criticou a decisão de abandono do plenário pela defesa de Guaranho, afirmando que continuarão lutando por justiça para Marcelo Arruda.

“Nossos colegas tomaram uma medida que nosso entendimento é equivocada, de abandonar o plenário quando todos aqueles que labutam no meio judiciário sabem que os acessos aos processos são processos absolutamente transparentes. […] É incompreensível, mas estaremos aqui dia dois de maio e continuaremos na luta por justiça por Marcelo Arruda”, disse Godoy.

Por sua vez, o advogado de defesa do bolsonarista, Samir Mattar Assad, alegou falta de tempo hábil para analisar os documentos anexados ao processo e destacou a chegada tardia de Guaranho em Foz do Iguaçu, prejudicando sua defesa.

“São mais de duas mil páginas, em laudos, documentos, mais de cinco horas de vídeo, então a gente não teve nem tempo hábil para fazer a análise e tem problemas de documentos com a questão da certificação. O senhor Jorge Guaranho chegar aqui em Foz do Iguaçu sem ter tempo hábil para conversar com a sua defesa também prejudica[…]. Não temos condição técnica hábil para uma defesa ampla”, argumentou o advogado do réu.

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