Delatado no caso Marielle, Domingos Brazão atuou contra a CPI das Milícias no RJ

Atualizado em 23 de janeiro de 2024 às 15:01
Flávio Bolsonaro e Domingos Brazão foram os únicos que se manifestaram contra a CPI das Milícias na Alerj. Foto: Reprodução

Apontado como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, o ex-deputado Domingos Brazão foi um dos únicos a criticar a abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele e Flávio Bolsonaro, atualmente senador pelo PL, se manifestaram contra a criação do colegiado.

O requerimento para instalação da CPI, iniciativa do então deputado filiado ao PSOL Marcelo Freixo, foi criado em 2006. O colegiado só foi instalado na Alerj dois anos depois, em 2008, com o objetivo de impedir a expansão das milícias no Rio de Janeiro.

Na ocasião, Domingos, que era parlamentar pelo MDB, afirmou que milicianos seriam melhores do que traficantes e que não existe comparação entre os dois tipos de grupos criminosos. Flávio, por sua vez, votou a favor da criação da CPI, mas disse que a comissão seria “demagógica” e não resolveria as principais causas do problema: “os baixos salários dos policiais e a falta de política habitacional”, segundo ele.

Os trabalhos da comissão acabaram no mesmo ano, com o pedido de indiciamento de 226 envolvidos com grupos criminosos. No ano seguinte, em 2009, 246 milicianos foram presos, segundo a Secretaria de Segurança do estado.

A vereadora Marielle Franco foi assassinada em 2018. Foto: Reprodução

O ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de assassinar Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, apontou Domingos como mandante do crime em delação à Polícia Federal. A motivação do crime, segundo investigadores, seria se vingar de Freixo, com quem ela trabalhou por uma década antes de se tornar vereadora.

Domingos Brazão foi citado no relatório final da CPI como um dos políticos “liberados” para fazer campanha política no Rio das Pedras, região controlada pela milícia.

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