Delgatti apresenta comprovantes de pagamentos recebidos de Zambelli; confira

Atualizado em 19 de agosto de 2023 às 8:08
Walter Delgatti Neto e Carla Zambelli. Foto: Reprodução/

A investigação da Polícia Federal (PF) que resultou em um pedido de busca e apreensão contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no início deste mês tem um extrato do banco digital Cora como principal prova contra a bolsonarista. Esse extrato foi entregue pelo programador e “hacker” Walter Delgatti, que alega ter desvendado um plano golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o Metrópoles, que teve acesso ao documento, o extrato revela quatro transações feitas através do sistema Pix, envolvendo pessoas próximas a Carla Zambelli, apontada como intermediadora do plano. O objetivo seria incluir uma invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para “minar” a credibilidade das eleições e do sistema judicial brasileiro. Isso resultaria na emissão de um mandado de prisão contra o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

De acordo com a investigação, o programador Walter Delgatti teria recebido pelo menos R$ 13,5 mil em pagamentos nos meses anteriores e posteriores à invasão do CNJ. Esses pagamentos teriam sido realizados por meio de pessoas próximas à deputada Zambelli. O próprio programador afirmou em depoimento que foi “pago para ficar à disposição” dela.

Comprovante dos pagamentos feitos por pessoas próximas à Carla Zambelli ao “hacker” Walter Delgatti. Foto: reprodução

Os comprovantes das transações mostram que três pagamentos foram realizados por Renan Goulart, um servidor comissionado da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que atua como assistente parlamentar no gabinete do deputado estadual Bruno Zambelli, irmão da congressista. Goulart também já foi secretário parlamentar da bolsonarista. Além disso, houve um repasse de R$ 3 mil feito por Jean Hernani Vilela, outro remetente de recursos. Walter Delgatti também alegou que houve pagamentos em dinheiro vivo.

Além do extrato bancário, a representação feita pela PF incluiu 37 páginas de documentos, incluindo reportagens de jornais e o depoimento de Walter Delgatti. Essas informações levaram o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a expedir mandados de busca e apreensão e a quebra do sigilo bancário dos investigados, com a aprovação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Após prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos atos golpistas, Walter Delgatti foi convocado novamente para depor à PF. Suas afirmações na CPI incluíram interlocuções com as Forças Armadas sobre a possibilidade de fraudar as eleições, a promessa de um indulto por parte de Bolsonaro em caso de problemas penais e a alegação de que houve um “grampo” contra o ministro Alexandre de Moraes.

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