Descaso na Saúde do governo Bolsonaro põe em risco o uso de 90 milhões de medicamentos

Atualizado em 1 de maio de 2023 às 10:36
Centro de distribuição de insumos do Ministério da Saúde, localizado em Guarulhos (SP). Foto: Myke Sena/Ministério da Saúde

Até o final de julho, 90 milhões de medicamentos e produtos herdados da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vencerão no Ministério da Saúde. O estoque inclui remédios para HIV, vacinas, contraceptivos e medicamentos do chamado “kit intubação”. A equipe da atual ministra, Nísia Trindade, está negociando com a indústria a troca de parte dos produtos.

De acordo com o ministério, o acúmulo de medicamentos com validade curta nos estoques foi um problema gerado pela gestão Bolsonaro. Integrantes da pasta dizem que diversas compras foram feitas sem planejamento e não houve esforço em entregá-las dentro do prazo. O ex-ministro Marcelo Queiroga, no entanto, nega que tenha faltado empenho para a entrega dos remédios.

Segundo a Folha de S. Paulo, em meados de abril, o ministério armazenava 4,5 milhões de comprimidos de darunavir 600 mg com validade até o fim de maio, produto usado no tratamento de HIV e entregue em caixas de 60 unidades. Avaliado em R$ 26 milhões, esse lote de darunavir representa cerca de 20% do total de uma compra feita em 2020. A Saúde afirma que já pediu a reposição de 3,7 milhões de comprimidos do produto.

O ministério afirma que recebeu da gestão passada cerca de 160 milhões de itens com validade expirando de janeiro a julho, já tendo conseguido distribuir pouco menos da metade deles. Os produtos valem R$ 981,8 milhões, segundo a pasta.

Ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga. Foto: Reprodução
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