Desembargador chama trabalho análogo à escravidão de sua empregada de “ato de amor”

Atualizado em 6 de junho de 2023 às 23:17
Desembargador Jorge Luiz de Borba. Foto: Reprodução

A mulher que teria sido mantida em condição análoga à escravidão pelo desembargador Jorge Luiz Borba precisou do auxílio de uma intérprete de libras para prestar depoimento ao Ministério Público do Trabalho (MPT) na tarde desta terça-feira (6).

De acordo com o g1 Santa Catarina, a mulher, que é surda, usa uma espécie de “linguagem própria” e tem dificuldade de se comunicar mesmo em libras.

A mulher foi ouvida por duas horas, em Florianópolis, acompanhada de uma defensora pública. As investigações são conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF).

O desembargador também prestou depoimento. Outras pessoas que trabalham na casa de Borba também foram ouvidas, além de outras testemunhas.

A vítima, encarregada de realizar inúmeras tarefas domésticas, estaria sendo mantida em condições precárias há pelo menos 20 anos. A mulher ainda seria vítima de maus tratos de Borba e de sua esposa.

“A trabalhadora seria vítima de maus-tratos em decorrência das condições materiais em que vive e em virtude da negativa dos investigados em prestar-lhe assistência à saúde”, informou o MPF.

Em nota, o desembargador disse que “aquilo que se cogita, infundadamente, como sendo ‘suspeita de trabalho análogo à escravidão’, na verdade, expressa um ato de amor. Haja vista que a pessoa, tida como vítima, foi na verdade acolhida pela minha família”.

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