Diretor-geral da PF critica Exército sobre 8 de janeiro: “levaram esse bando aos palácios”

Atualizado em 31 de julho de 2023 às 21:55
Diretor-geral da Polícia Federal (PF), delegado Andrei Rodrigues. Foto: Reprodução

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, fez duras críticas à atuação do Exército diante dos acampamentos bolsonaristas e anunciou que novas ações serão tomadas contra os envolvidos nos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Durante um evento em São Paulo nesta segunda-feira (8), ele falou de sua insatisfação com a falta de cooperação das forças militares ao tentar remover os acampamentos, ressaltando que a PF havia feito duas tentativas sem sucesso.

O ato golpista, segundo Andrei, poderia ter sido evitado já em dezembro, quando a Polícia Federal tentou intervir no local, porém foi impedida pelas forças militares. Ele destacou a “complacência de várias entidades e órgãos públicos” na manutenção dos acampamentos, o que permitiu a escalada dos acontecimentos.

Em um alerta oficial realizado na véspera do dia 8 de janeiro, Andrei enfatizou o risco iminente de invasão ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Palácio do Planalto. Ele afirmou ainda que o Exército não permitiu a ação da PF, o que acabou resultando na liberação do grupo que atacou os palácios naquele domingo.

“Não só coloquei e verbalizei isso, como eu mandei um ofício escrito. Não sou vidente, não, mas eu tô vendo as coisas aconteceram, e nele escrevi: ‘essas pessoas têm que ser contidas no acampamento. Não podem sair de lá porque eles irão invadir o Congresso, o Supremo e o Palácio do Planalto’. O que aconteceu no dia seguinte? Não só permitiram a saída, como esse bando foi levado até os palácios”, afirmou Rodrigues.

Militares durante atos terroristas de 8 de janeiro. Foto: Reprodução

Durante o evento em São Paulo, o diretor-geral da PF também relembrou sua atuação na segurança da campanha eleitoral de 2022, onde foram detidas 30 pessoas que atentavam contra a integridade do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

O inquérito policial militar aberto para investigar os acontecimentos do dia 8 de janeiro absolveu as tropas de culpa, mas apontou “indícios de responsabilidade” na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, que faz parte do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

A apuração concluiu que, se houvesse tido planejamento “adequado” no início do governo Lula, seria possível ter evitado a invasão do Palácio do Planalto ou minimizado os estragos.

As novas ações anunciadas pelo diretor-geral da PF prometem ampliar a atenção sobre os eventos ocorridos em janeiro, e o desdobramento desse caso deve ser acompanhado de perto pela sociedade brasileira.

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