“Divaldo Franco é um charlatão”, diz jornal espírita sobre bolsonarismo do médium

Atualizado em 18 de fevereiro de 2023 às 20:22
Divaldo Franco e seu ídolo Jair Bolsonaro
Na análise marxista, a religião possui um duplo sentido social.
Pode ser tanto “ópio”, ou seja, alienação, misticismo, sectarismo, e domesticação das massas em prol da classe que a oprime, quanto “protesto”, como transformação para “quebrar as correntes que aprisionam o homem a um mundo invertido”.
Allan Kardec, na Revista Espírita de 1868, alguns meses antes de desencarnar, conceitua religião como “comunhão de pensamentos e sentimentos com vistas ao amor e à fraternidade”. Com todas as limitações históricas e teóricas, viu que a religião deveria se caracterizar pela existência de elementos progressistas.
Nesta foto, vemos perfeitamente a religião como ópio e ferramenta da ignorância e do ódio. Abraços afetuosos, exalando canalhice, safadeza e aquele sadismo clássico e “civilizado” de quem quer receber aplausos daqueles cuja dignidade foi sabotada por um projeto econômico e político de extorsão do povo.
Lado bom: máscaras finalmente caíram. Há alguns anos, era difícil contestar esse gurus, supostamente médiuns.
Outro lado bom: libertou quem quer fazer do espiritismo uma chave de leitura pertinente para compreender a vida humana e social.
Divaldo Franco, um charlatão, arauto de uma ideologia e uma moralidade razoável para o século XVIII, mas reacionária para os dias atuais, escolheu o seu lado da história. Ainda bem que estamos em lados diferentes.