Documentos da Abin são encontrados pela PF na casa de Ramagem

Atualizado em 6 de fevereiro de 2024 às 8:38
Alexandre Ramagem. Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) encontrou documentos relacionados a uma operação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em comunidades do Rio de Janeiro (RJ) durante uma busca na residência de Alexandre Ramagem, sujeito a busca e apreensão, segundo informações do UOL.

Internamente, foi tratada a hipótese de uso eleitoral da operação. O objetivo seria colocar grupos de policiais ligados ao bolsonarismo nas comunidades para agir em favor de candidatos ligados ao ex-chefe do Executivo.

Ramagem, ex-diretor da Abin durante o governo Bolsonaro e atualmente deputado federal pelo PL no Rio de Janeiro, está sob investigação da PF, que apura o uso da agência contra adversários de Bolsonaro em atividades de inteligência clandestina. Essas operações eram conduzidas por policiais federais próximos a Ramagem, conhecidos por integrar a “Abin paralela”.

Na busca realizada em 25 de janeiro, também foram encontrados um celular e um notebook da Abin na residência de Ramagem. Após deixar a agência em março de 2022, Ramagem não deveria manter qualquer documento ou equipamento da Abin, conforme normas da própria agência.

Além de possíveis infrações administrativas por reter material da Abin, Ramagem pode enfrentar acusações criminais por violação de sigilo profissional, caso seja comprovado algum vazamento de informações de inteligência da agência para terceiros.

A Abin, no entanto, afirmou que “indivíduos que não mais exerçam atribuições funcionais compatíveis com determinado dado não devem mais exercer qualquer tipo de tratamento sobre ele, como utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, entre outros”.

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Ramagem e Bolsonaro. Foto: reprodução

Além disso, a Abin usou fundos secretos para remunerar informantes em comunidades do Rio de Janeiro controladas pelo tráfico, onde as milícias têm interesse em se estabelecer.

Essa ação, chamada de “Plano de Operações 06/2021”, foi uma das principais prioridades de Ramagem durante seu mandato, embora a segurança pública não seja uma atribuição direta da Abin.

A PF também está investigando se houve desvio de finalidade nessa operação, conduzida por policiais federais aliados a Ramagem. Segundo o Metrópoles, cerca de R$ 1,5 milhão foram gastos com informantes.

Os papéis encontrados na casa de Ramagem estavam descaracterizados, sem logo ou identificação da Abin, e sem data. A PF, agora, planeja questionar a agência para determinar a origem e a data de produção desses documentos.

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