Documentos enviados ao TCU apontam que viagem de Bolsonaro aos EUA foi “atividade privada”

Atualizado em 30 de junho de 2023 às 11:48
Bolsonaro em conferência de conservadores nos EUA – Foto: EFE/EPA/JIM LO SCALZO

Documentos encaminhados pela Presidência da República ao Tribunal de Contas da União (TCU) reforçam a tese de desvio de finalidade praticado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no uso de dinheiro público para viajar aos Estados Unidos, na véspera da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O tribunal havia solicitado explicações à Presidência depois de representação feita pelo então deputado federal Elias Vaz, em 31 de dezembro do ano passado. Após a análise da documentação, o TCU deve definir pela legalidade ou não das despesas da viagem de Bolsonaro.

De acordo com informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo, um dos documentos enviados à corte de contas é o relatório da viagem presidencial, que aponta a “atividade privada” da agenda.

Bolsonaro em conferência de conservadores nos EUA – Foto: Reprodução

No documento diz que, antes mesmo do ex-capitão embarcar, “a viagem do Escalão Avançado (EscAv) foi realizada no período de 28 de dezembro de 2022 a 1º de janeiro de 2023 e destinou-se a preparar a viagem do Senhor Presidente da República à cidade de Orlando, Estados Unidos da América, a fim de participar de ‘Atividade Privada’, realizada nos dias 30 e 31 de dezembro de 2022”.

Vale destacar que a Presidência também enviou ao TCU a solicitação de recursos públicos para viagem, que reforça se tratar de uma atividade privada. Ainda segundo a colunista, o documento, de 26 de dezembro do ano passado, é do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

No documento, o GSI pede a liberação de US$ 5 mil para o “pagamento de despesas de apoio de solo, taxas aeroportuárias e serviços especiais na missão do Senhor Presidente da República, na atividade privada do senhor Presidente da República, prevista para o período de 28 a 31 de dezembro de 2022”.

“Uma equipe inteira foi mobilizada para assessorar o ex-presidente em uma viagem sem nenhum compromisso oficial, com a finalidade de atividade privada, como informam os próprios ex-assessores nos documentos. É mais um indício de uso indevido de dinheiro público”, disse Elias Vaz

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link