Dono da Precisa, que depõe à CPI, movimentou 80 vezes mais do que declarou ao Imposto de Renda

Atualizado em 19 de agosto de 2021 às 9:55
Francisco Maximiano.
Foto: Reprodução

O dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, depõe nesta quinta-feira (19) à CPI da Covid.

A empresa é acusada de irregularidades na negociação da vacina indiana Covaxin com o Ministério da Saúde.

Uma análise da Receita Federal mostra que os ganhos financeiros de Maximiano foram incompatíveis com os rendimentos declarados por ele no Imposto de Renda de 2020.

Os documentos revelam que, em 2020, a movimentação financeira do dono da Precisa foi “superior aos rendimentos totais líquidos”.

A conta de Maximiano no ano passado registrou movimentação de R$ 3,9 milhões, valor oitenta vezes maior que os R$ 48,5 mil que o empresário declarou receber naquele ano da Global Gestão Saúde, empresa do grupo da Precisa.

A análise aponta inconsistências como o gasto de R$ 391 mil com cartão de crédito, incompatível com o rendimento formal.

Além disso, empresas e aplicações financeiras também não teriam sido declarados no imposto.

Embora só tenha citado rendimentos da Global Saúde, Maximiano tem participação em cinco empresas, segundo a Receita: Frasdec Assessoria Consultoria, 6M Participações, Primares Holding Participações, Precisa Medicamentos e BSF Gestão Saúde (ou Global Gestão em Saúde).

Empresário é acusado de lavagem de dinheiro

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), membro da CPI, afirmou que a comissão encontrou rastros de uma movimentação financeira suspeita de R$ 50 milhões entre as empresas de Francisco Maximiano.

Segundo ele, são “movimentações sem lastro na realidade, compatíveis com processos de lavagem de dinheiro”.

O valor também foi movimentado entre pessoas físicas.

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