O assassinato da ex-vereadora do PSOL, Marielle Franco, completa três anos neste domingo (14).
O DCM fez uma entrevista exclusiva com o blogueiro e técnico de TI Carlos Afonso, conhecido como Luciano Ayan. Ele viralizou, na época da morte de Marielle, com o site Ceticismo Político. Nele, Ayan postou uma nota sobre a desembargadora Marília Castro Neves, que afirmou que a ex-vereadora estava “engajada com o Comando Vermelho” e que tinha proximidade com o traficante “Marcinho VP”.
Era fake news da desembargadora, divulgada primeiro pela Folha de S.Paulo.
O Ceticismo Político era parceiro do MBL na época e a notícia viralizou. Ayan disse que se arrependeu do ato.
E afirmou ao DCM em texto de 27 de outubro de 2019:
“O blog publicou muitas notícias comentadas entre 2014 e 2018. Foi nisso que acabei me estrepando ao citar a declaração da desembargadora Marília Castro sobre Marielle. Não era uma fake news, mas, de fato, foi uma imprudência ter dado voz a algo para o qual a desembargadora não tinha provas. Esse é o tipo de coisa que eu me arrependo”.
“Se você me perguntasse isso naquela época, sob aquele clima, eu veria de outra forma. Mas passados 18 meses, vejo que não havia motivo sequer para ter feito aquela matéria. Eu não conhecia muito o trabalho de Marielle e não tinha nada contra ela. Depois fui saber que era uma vereadora muito mais moderada do que eu pensava e era respeitada por setores da Polícia Militar. Na época, minhas páginas de Facebook foram derrubadas”.
“Por indignação com a mídia, eu ajudei a promover um discurso de acirramento contra os jornalistas. Me arrependo de ter feito parte. Nesse sentido, sem querer, eu contribuí para o clima anti-mídia dentro da direita”.
“Não fui o único responsável, mas um deles. Isso saiu do controle e virou um discurso nitidamente autoritário. O que eu faria diferente, então, era não ter ajudado a impulsionar o esse discurso”.