
Há nos bastidores uma articulação para tirar de João Doria Jr. a pré-candidatura a presidente da República pelo PSDB. Isso envolve tucanos e também integrantes de outros partidos, como MDB e União Brasil. Segundo Alberto Bombig no UOL, Doria desabafou durante jantar recente realizado na capital paulista. Falou em “traição” contra ele. Pode rir.
Na casa do secretário Fernando José da Costa (Justiça e Cidadania), o governador fez um discurso de agradecimento e ressaltou a independência dos poderes que foi mantida na sua gestão em São Paulo. Estavam presentes representantes do Judiciário e Legislativo.
Ao final lembrou os anos de 2016 e 2018, quando enfrentou turbulência semelhante para ser candidato e lamentou passar por isso novamente, mas disse que o partido não tem dono. Afirmou que “não irá desistir do Brasil, mesmo diante de traição”. Fez um desabafo duro, segundo um dos presentes.
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“Conspiração” contra Doria
Aliados do governador no PSDB falam em uma “conspiração” para derrubar sua pré-candidatura. Os adversários do governador de São Paulo rebatem: movimento natural em busca de uma alternativa mais competitiva, capaz de manter o partido vivo.
Argumentos de quem não quer ver Doria à frente de uma candidatura presidencial do PSDB são, basicamente, ligados às pesquisas de intenção de voto: ele não “decola” e possui altos índices de rejeição. A solução, segundo esse grupo, seria testar Eduardo Leite, derrotado por Doria nas prévias tucanas, como pré-candidato.
Como Doria se fez?
O governador chegou ao cargo por auxílio de Geraldo Alckmin, ex-tucano que herdou o capital político do falecido Mario Covas e era uma alternativa a José Serra e Aécio Neves.
Como ele fala agora, o governador traiu Alckmin no meio do caminho e apoiou Jair Bolsonaro para o cargo de presidente. Isso jogou o ex-governador no ostracismo. Alckmin, no entanto, agora retorna ao cenário político como vice de Lula no PSB. As coisas mudaram muito para Doria.