“É um camaleão”: as estratégias do “golpista do Tinder” para extorquir suas vítimas

Atualizado em 3 de abril de 2024 às 10:59
Caio Henrique Camossatto. (Foto: Reprodução)

As mensagens utilizadas pelo golpista do Tinder para manipular suas vítimas revelam táticas de persuasão intensas. Um exemplo disso é a troca de mensagens entre Caio Henrique Camossatto e uma de suas vítimas, identificada como X. No diálogo, ele chega a afirmar que sua vida depende dela, buscando influenciar a pessoa com quem se relaciona a fazer transferências bancárias.

O golpista foi preso recentemente por estelionato, suspeito de lesar ao menos 11 mulheres, com valores que chegam a quase R$ 2 milhões.

“Vende esse carro hoje, amor. Eu te peço, pelo amor de Deus”, diz Comossatto em uma das mensagens.

Como o golpista operava

Sob diferentes identidades, Caio se aproximava de suas vítimas em aplicativos de namoro. Entre as personas que utilizava estavam a de fazendeiro rico, produtor musical e ator. No entanto, sua verdadeira intenção era aplicar golpes nas mulheres, sensibilizando-as com histórias fictícias para solicitar empréstimos financeiros.

Segundo a advogada Jacqueline Valles, que representa algumas das vítimas, ele se adaptava ao perfil de cada uma para criar a ilusão de ser a alma gêmea.

“Como todo estelionatário, ele é uma pessoa que se dedica a enganar as vítimas. Então, para isso, ele estuda um pouco a vítima, vê as características, o que ela gosta ou não. Dentro desse estudo, ele vai se adequar. Ele é como se fosse um camaleão. Ele é o cara mais família. Se a vítima for uma pessoa um pouco mais aventureira, ele vai ser um baita aventureiro. Ele vai se moldando essa vítima. Para quê? Para ela entender que encontrou a sua alma gêmea”, disse Valles.

Elo emocional

O modus operandi de Caio envolvia criar um elo emocional com as vítimas, ganhando sua confiança para solicitar dinheiro emprestado. Ele explorava situações de fragilidade emocional e financeira, como a suposta morte do avô e problemas na fazenda, para convencer as mulheres a realizar transferências bancárias.

“Meu vô faleceu em junho do ano passado. Eu era o único herdeiro. Maior dor de cabeça. Não quero saber disso, não (…) Peguei o carro e já botei na blindagem. Agora, só 45 dias que eu pego. Tenho zilhões de dificuldades para resolver na fazenda lá de Minas. Na fazenda de Goiânia, lá de Morrinhos, em Goiás”, disse o golpista em outra troca de mensagens com outra vítima.

Essas ações resultaram em prejuízos significativos para suas vítimas, que, ao perceberem o golpe, se uniram para denunciá-lo.

Caio Henrique é conduzido pelos agentes policiais. (Foto: Reprodução)

O que diz a defesa do acusado

A defesa de Comossato nega as acusações e argumenta que os casos em questão não configuram crime, mas sim um ilícito civil. Eles contestam a legalidade da prisão e afirmam que as acusações carecem de fundamento.

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