Eduardo Bolsonaro ataca o DCM por matérias sobre gabinete do ódio; saiba quais são

Atualizado em 23 de fevereiro de 2021 às 13:38
Eduardo Bolsonaro ataca o DCM por matérias sobre gabinete do ódio; saiba quais são. Foto: Reprodução/Twitter

O filho 03 do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), participou do podcast de direita Flow nesta segunda-feira (23). Na conversa sobre o gabinete do ódio, ele fez um ataque ao Diário do Centro do Mundo por uma série de reportagens e citou pelo menos um documento que foi publicado pelo DCM.

Eduardo disse o seguinte:

“Cara, esse negócio de gabinete do ódio, meu Deus do céu! Vamos na história completa? Tem um cara chamado Carlos Afonso (conhecido como Luciano Ayan), sabe quem é? (…). Luciano Ayan era um cara muito próximo do MBL, que foi preso num esquema de R$ 400 milhões e o movimento negou que tivesse proximidade (…). Ele publicou um estudo que foi replicado no Diário do Centro do Mundo, que é esquerdista lixo, extrema esquerda, em que ele coloca ali um conjunto de slides com linchamento virtual, gabinete do ódio, vários frames. Esse documento depois foi replicado pelo advogado do [Alexandre] Frota, chamado [Marcel] Muscat. Em dezembro de 2019, o Frota chegou na CPMI das Fake News com esse documento e disse: ‘quero protocolar’. Ali tem todos os frames e todas as perseguições de todos os deputados que tiveram sigilo bancário quebrado no inquérito das fake news. Você tem ali Allan dos Santos, tem Bernardo Küster, todo mundo que é perseguido ali. Tanto que isso é subsídio para o depoimento do Frota e para o depoimento da Joice [Hasselmann] na CPMI das Fake News. Inclusive a Joice que correu de mim (…)”.

A reportagem que Eduardo Bolsonaro cita chama-se “Gabinete do ódio: O que está por trás do Power Point apresentado por Joice Hasselmann na CPI” e foi publicada em 11 de dezembro de 2019 pelo DCM. O texto afirma o seguinte:

“No dia 5 de dezembro, a deputada federal Joice Hasselmann prestou depoimento na CPMI das Fake News em que fez acusações graves contra dois filhos de Jair Bolsonaro e uma rede bolsonarista. Joice fez uma apresentação de 76 slides para a comissão e falou por nove horas.

No dia 15 de novembro, em entrevista ao DCM, o blogueiro de direita Luciano Ayan enviou um estudo chamado ‘Redes Antissociais’. Ayan estava, naqueles dias, rastreando a atividade de bots, fakes e perfis que atacaram o jornalista Glenn Greenwald após a agressão física que ele sofreu de Augusto Nunes na Jovem Pan.

Embora Luciano Ayan não tenha conversado diretamente com Joice Hasselmann, ele afirma que suas pesquisas estão servindo de base para a defesa de algumas pessoas na CPMI. Tanto ela quanto Alexandre Frota e outros deputados que fizeram parte do círculo próximo de Bolsonaro no PSL estão traçando estratégias e estudos comuns para mostrar a atuação dos difamadores na rede”.

Na mesma reportagem está anexada a apresentação montada por Ayan.

Eduardo Bolsonaro, no entanto, fala sobre outras informações que só aparecem em textos do ano seguinte, Em outra reportagem do DCM, de 3 de maio de 2020, chamada “Exclusivo: Fotos de Eduardo Bolsonaro com ‘gabinete do ódio’ serão levadas à CPMI das Fake News“, consta a informação que não foi somente o estudo de Luciano Ayan que determinou as quebras de sigilo de deputados bolsonaristas e de milicianos extremistas nas redes. Outros documentos embasaram essas decisões e circularam na CPMI das Fake News.

Diz a segunda reportagem:

“Quatro diferentes fontes que pediram sigilo ao Diário do Centro do Mundo enviaram uma série de slides de uma apresentação que será exibida na CPMI das Fake News.

O documento de 115 páginas está nas mãos do deputado Alexandre Frota e mostra os principais atores do chamado ‘gabinete do ódio’, fotos de um integrante com Eduardo Bolsonaro e detalhes da estrutura de ataques na rede, incluindo seus veículos de comunicação.

Os dados abaixo traçam uma linha de relacionamentos de integrantes do gabinete com Carlos e Eduardo Bolsonaro, disputas entre os membros e perfis não-identificados que serão investigados”.

O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) se manifestou no Twitter sobre as falas de Eduardo:

O Eduardo Bolsonaro não esquece de mim (e lembra do DCM). Chama de mídia esquerdista. Ele até o momento não conseguiu desconstruir a verdade. E a verdade dói”.

Confira abaixo as reportagens mencionadas, o trecho do programa do Flow com o ataque de Eduardo e a apresentação montada pelo técnico de TI e blogueiro Luciano Ayan.

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Exclusivo: Fotos de Eduardo Bolsonaro com “gabinete do ódio” serão levadas à CPMI das Fake News. Por Zambarda