Eduardo Bolsonaro edita entrevista a TV de Israel e retira trecho em que compara união homoafetiva a amor por cachorro

Atualizado em 7 de dezembro de 2019 às 10:42
Eduardo e sua “família”

Eduardo Bolsonaro continua causando constrangimento ao Brasil.

Como se fosse porta-voz ou príncipe consorte de um reino de bananas — talvez seja –, o deputado falou a uma TV israelense.

O inglês de neandertal continua firme e forte. Mas esse é apenas um dos problemas.

Questionado sobre a transferência da embaixada, ele afirmou, sem ter mandato para tanto, que ela continua de pé.

“Temos que ser muito responsáveis com esse procedimento. Eu costumo dizer que, se nós temos uma só bala, não podemos perder o alvo. Ano que vem, talvez, vejamos toda a embaixada mudar para Jerusalém”, disse.

O entrevistador insistiu na data.

“Não posso dizer isso, mas eu realmente espero que isso aconteça”, respondeu.

Em seguida, o programa abordou a homofobia do presidente da República.

Eduardo foi confrontado com uma declaração estúpida de Jair sobre preferir que um filho morresse de acidente de carro a ser gay.

O que pensa da comunidade LGBT?, indagou-lhe o jornalista.

“Não me importo. Se você diz que só é preciso amor para ser uma família, você vai dizer que eu e meu cachorro, eu amo meu cachorro, somos uma família. Entende? Você abre a porta para muitas coisas”, declarou.

Sim, o gênio comparou à zoofilia (como, aliás, antes dele, um velho colunista bolsominion o fez na Veja, só que usando cabras. Gosto não se discute. Hoje ele se refugia no Estadão).

Provavelmente algum estafeta menos desmiolado o avisou sobre como Israel lida com esse tema e ele limou esse trecho quando postou a conversa em suas redes (assista o vídeo abaixo)

A criminalização da homofobia é aplicada desde 1992.

Em 2017, uma pesquisa apontou que 79% da população apoiam o casamento homoafetivo.

Tel Aviv é frequentemente eleita a cidade mais gay friendly do mundo. A parada atrai mais de 200 mil turistas anualmente.

Há um centro comunitário bancado pelo governo local.

Mesmo o amigo Netanyahu está longe de ser uma cavalgadura quando toca no assunto.

Após o atentado a uma boate de Orlando em 2016, ele se manifestou de pronto.

“O tiroteio desta semana não foi só um ataque à comunidade LGBT. Foi um ataque a todos nós, nos nossos valores comuns de liberdade, diversidade e escolha”, falou.

E pensar que esse sujeito quase foi embaixador.