Eleições em Portugal: com 90% de urnas apuradas, direita lidera e extrema direita cresce

Atualizado em 10 de março de 2024 às 19:20
André Ventura, líder do Chega. Foto: Divulgação

Com a menor abstenção registrada em mais de uma década, os cidadãos portugueses compareceram às urnas neste domingo (10) para participar das eleições antecipadas que definirão o novo Parlamento.

De acordo com pesquisas de boca de urna divulgadas imediatamente após o fechamento das seções eleitorais, às 17h no horário de Brasília, a Aliança Democrática (AD), coligação dos partidos de direita tradicionais de Portugal, parece garantir a vitória.

Segundo os números, a Aliança Democrática (AD) lidera com 32,2% dos votos, seguida pelo Partido Socialista (PS) com 28,7%. O partido Chega ocupa o terceiro lugar com 19,2%, seguido pela Iniciativa Liberal com 3,7%, Bloco de Esquerda com 3,6%, CDU com 2,9%, Livre e ADN com 1,9% cada, e PAN com 1,4%.

O partido de ultradireita Chega confirma a terceira posição indicada pelas pesquisas, demonstrando um crescimento significativo, com uma estimativa de votos entre 16,6% e 20,8%. Esse desempenho sugere um aumento expressivo na bancada parlamentar, passando dos atuais 12 deputados para entre 44 e 54 parlamentares.

Com 80% dos votos contados, os resultados parciais apontam a AD na liderança com 32,2%, seguida pelo PS com 28,7% e pelo Chega com 19,2%.

Líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro. Foto: Divulgação

Entretanto, a vitória da Aliança Democrática não implica automaticamente que seu líder, Luís Montenegro, presidente do Partido Social Democrata (PSD), será o novo primeiro-ministro. No sistema eleitoral português, os eleitores votam no partido e não diretamente no candidato.

Após a alocação dos assentos parlamentares, as bancadas podem formar acordos e coligações para sustentar a formação do governo. Portanto, a composição geral do Parlamento é crucial para a constituição do Executivo.

Embora seja tradicional que o partido mais votado indique o primeiro-ministro, isso não é obrigatório. Em 2015, o Partido Socialista chegou ao poder mesmo ficando em segundo lugar, graças a uma união pós-eleitoral inédita com partidos de esquerda, apelidada pejorativamente de “geringonça” devido à aparente fragilidade do acordo.

As projeções iniciais indicam que a soma dos partidos de direita é superior à dos partidos de esquerda, principalmente devido ao crescimento do Chega.

No entanto, Luís Montenegro, líder da AD, repetiu durante a campanha que não pretende governar com o apoio da ultradireita. Dependendo dos resultados finais, um arranjo sem a participação do partido Chega pode ser considerado um desafio.

Originalmente previstas para 2026, as eleições foram antecipadas após a queda do primeiro-ministro António Costa, que renunciou em novembro, quando uma investigação de corrupção relacionada ao setor de transição energética atingiu o cerne de seu governo.

A inesperada crise política pegou os próprios partidos de surpresa, uma vez que a confortável maioria absoluta dos socialistas, com 120 dos 230 assentos parlamentares, poderia ter garantido o término da legislatura sem intercorrências.

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