O empresário Meyer Joseph Nigri, fundador da Tenicsa, afirmou que não lia as mensagens que repassava a pedido de Jair Bolsonaro. Ele ainda diz que “não tinha conhecimento sobre a veracidade ou não do conteúdo” das informações enviadas pelo ex-presidente.
“Confesso que, às vezes, nem lia a mensagem que repassava. Olhando retrospectivamente, considero que fui usado”, afirmou em entrevista ao Estadão. A Polícia Federal encontrou uma mensagem enviada por Bolsonaro a ele com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e uma instrução: “Repasse ao máximo”.
Ele admitiu que havia repassado a mensagem, mas disse que não aderiu à tese golpista de Bolsonaro.
“Jamais aleguei a existência de fraudes nas urnas eletrônicas, até porque não tenho conhecimento técnico. Apenas encaminhei algumas mensagens para fomentar o debate sobre o tema. Aliás, desconheço qualquer fraude nas urnas e reconheço a lisura do pleito ocorrido em 2022″, prossegue.
Ele ainda nega ter participado de disparos em massa e alega que encaminhou apenas “algumas mensagens a poucos grupos fechados de WhatsApp e chats privados”. Nigri ainda alega que tinha a “finalidade de promover o debate”.
O empresário também se manifestou sobre as conversas com o procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre as mensagens golpistas. Segundo Nigri, ele tem “relação de amizade” e “jamais tentou interferir na investigação”.
“Tenho relação de amizade com o Procurador Geral Augusto Aras e jamais tentei interferir na investigação. Apenas encaminhei a reportagem do site Metrópoles e lhe perguntei o que o ele pensava sobre aquilo. Isso não é interferir em coisa alguma. Reitero, forneci a senha do meu aparelho celular e respondi a todos os questionamentos das autoridades, a fim de esclarecer tudo o que fosse necessário e colaborar com as apurações”, argumenta.