
Alvo de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (18), o deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) já foi classificado como um “engenheiro do caos” em um livro sobre o avanço da extrema-direita.
A definição está no livro “Engenheiros do caos”, do estudioso italiano Giuliano da Empoli. A obra aborda como as fake news, teorias da conspiração e algoritmos são utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições.
No contexto em que Carlos Jordy é mencionado, Empoli o descreve como um indivíduo que habilmente explorou o algoritmo do YouTube, uma plataforma que oferece conteúdos sem um filtro de veracidade ou checagem.
O bolsonarista é retratado como um “fisiculturista coberto de tatuagens que deve a sua popularidade, e sua cadeira no Congresso, a uma série de vídeos denunciando um complô de professores de esquerda para espalhar o comunismo nas escolas”.

No âmbito das investigações conduzidas pela PF, agentes apontaram que Jordy trocou mensagens sobre bloqueios de rodovias e sobre os atos golpistas do 8 de janeiro. O parlamentar participava de grupos de mensagens, ora atuando como mentor, ora como articulador. E se valia da força política para garantir poder de mobilização.
Investigadores também encontraram mensagens trocadas entre Jordy e Carlos Victor de Carvalho, o “CVC”, apontado como “liderança da extrema-direita” e organizador de atos golpistas. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar era “a pessoa que efetivamente orientava” os bolsonaristas.
Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Brasília na última quinta. Segundo a PF, “os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime”.