Entenda a fraude pela qual foi preso o empresário expulso de padaria por uso de laptop

Atualizado em 3 de março de 2024 às 8:39
Empresário Allan Barros. Foto: Reprodução/Redes sociais

As criptomoedas ganharam popularidade entre os investidores por conta do alto retorno. Entretanto, além do risco da renda variável, ainda é um investimento não regulamentado e passível de fraudes. Com informações do UOL.

Um grupo que oferecia rendimentos atraentes em criptomoedas e NFTs (tokens não-fungíveis) enganou 20 mil investidores. O golpe pode ter movimentado aproximadamente R$ 100 milhões.

A Polícia Federal (PF), por meio da Operação Fast, apura a suspeita de fraude em criptomoedas. O grupo, que prometia lucros elevados, atuava em Santa Catarina e no Paraná.

O empresário Alan Deivid de Barros, conhecido como Allan Barros, foi preso em Curitiba. Outras quatro pessoas também foram detidas por suspeita de envolvimento nos golpes.

Barros ficou conhecido nas redes sociais ao ser expulso de uma padaria em Alphaville (SP) por usar um notebook.

O advogado Leonardo Dechatnik, que representa Allan e a empresa Unimetaverso Gestão de Ativos Digitais e Marketing LTDA., negou as acusações e argumentou que “é do interesse do cliente que a verdade seja plenamente esclarecida”.

Dechatnik disse ainda que o número de vítimas, de 20 mil pessoas, não é real. Segundo o advogado, os dados citados no relatório policial “são baseados em suposições de autoridades, sem comprovação efetiva” e que é “questionável a metodologia usada para chegar a tal conclusão, baseada em evidências frágeis”.

Investidores adquiriam a criptomoeda, mas não conseguiam negociá-las depois. Para aumentar a credibilidade do negócio e atrair mais pessoas, a nova moeda foi lançada durante uma feira de criptoativos em Dubai.

O golpe consistia na criação e venda de uma criptomoeda desenvolvida pelo grupo, com a promessa de rendimentos acima do mercado “com suposto valor vinculado a supostas parcerias com empresas, prometendo altos lucros”, segundo a PF.

A moeda ficava supostamente em um banco digital criado pelo grupo, chamado Web3Bank, que chegou a ficar fora do ar recentemente. A falta de acesso aos fundos e a impossibilidade de realizar transações resultaram na perda dos investimentos, de acordo com Daniela Poli Vlavianos, sócia do escritório Poli Advogados.

“A popularidade das criptomoedas talvez seja o fator que mais contribui para a ocorrência dessas fraudes, pois não é comum ouvirmos histórias de pessoas que ganharam dinheiro de forma legal com moedas digitais”, observou Eugênio Corassa, advogado especializado em Direito Digital do escritório Freitas Ferraz Advogados.

A promessa de altos retornos não foi cumprida e os lucros nunca foram pagos, levando as vítimas a denunciarem o caso à PF por meio do canal oficial para recebimento e tratamento de informações sobre pirâmides financeiras.

O caso passou a ser investigado pela Operação Fast, que tem como alvo um grupo sediado em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, desde 2022. Mandados também estão sendo cumpridos em Itajaí (SC), Curitiba (PR) e Londrina (PR).

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