Entenda a relação entre Bolsonaro e a Hungria de Viktor Orbán

Atualizado em 1 de abril de 2024 às 8:53
Jair Bolsonaro ao lado de Viktor Orbán. Foto: Divulgação

A visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à embaixada da Hungria em Brasília, registrada por câmeras de segurança em fevereiro, levantou questionamentos sobre a relação entre o ex-chefe de Estado brasileiro e o governo húngaro. O episódio desencadeou uma investigação da Polícia Federal (PF) para esclarecer os motivos por trás da visita de 43 horas de Bolsonaro à embaixada.

Advogados do ex-capitão, segundo informações do Fantástico, da TV Globo, afirmaram que a estadia na embaixada teve o propósito de “manter contatos com autoridades do país amigo”. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, solicitou um parecer da Procuradoria Geral da República sobre as justificativas dadas pela defesa do ex-presidente.

Especialistas destacam que a aproximação entre Bolsonaro e o governo húngaro se deve à afinidade ideológica entre as duas partes. A Hungria é governada por um regime autoritário de extrema-direita, o que coincide com a visão política de Bolsonaro.

“De todos os países do mundo, a Hungria certamente é aquele que mais se alinha com a ideologia do Bolsonaro, com a percepção do Bolsonaro sobre a política”, ressaltou o coordenador do Observatório da Extrema Direita, Guilherme Casarões.

Postura do líder húngaro

A Hungria, liderada pelo partido FIDESZ sob o comando de Viktor Orbán, adotou uma postura nacionalista e rejeita a influência do Ocidente, imigrantes e minorias étnicas e sexuais. Essa abordagem alinhada com os ideais de Bolsonaro pode explicar a proximidade entre os dois governos.

Viktor Orbán. (Foto: Reprodução)

Historicamente, a Hungria passou por uma transformação política desde o colapso da União Soviética em 1989. O país, antes sob controle comunista, viu o surgimento da extrema-direita, com Orbán ascendendo ao poder em 1998 e consolidando sua liderança nas décadas seguintes.

Orbán e seu partido, ao longo dos anos, se afastaram da democracia liberal e adotaram políticas mais nacionalistas e autoritárias. Essa mudança de postura atraiu admiradores da extrema-direita em todo o mundo, incluindo membros do governo Bolsonaro.

Apesar das críticas e protestos internos contra o governo Orbán, o FIDESZ ainda mantém uma base de apoio sólida, especialmente nas áreas rurais da Hungria. O nacionalismo e a identidade religiosa majoritária são elementos-chave que sustentam o apelo do partido entre os eleitores.

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