“Enterro da anistia”: a reação dos aliados de Bolsonaro ao atentado no STF

Atualizado em 14 de novembro de 2024 às 8:20
Corpo do bolsonarista Francisco Wanderley Luiz morto em frente ao prédio do STF após explosões nesta quarta-feira (13). Foto: reprodução

Deputados bolsonaristas afirmaram em grupos de WhatsApp que as explosões na Praça dos Três Poderes, na noite da última quarta-feira (13), enterraram de vez a tramitação do projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro.

Apesar da reação tímida dos aliados do ex-presidente nas redes sociais, o episódio virou assunto entre parlamentares em grupos de WhatsApp. As mensagens, de acordo com a Folha de S.Paulo, foram enviadas em dois grupos com deputados da oposição.

O homem que morreu após detonar a bomba em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi identificado como o bolsonarista Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, conhecido como Tiü França. Ele foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, partido de Bolsonaro, em 2020.

Em um dos grupos, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) compartilhou uma imagem do suspeito das explosões e escreveu: “Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp.”

O também deputado federal Capitão Alden (PL-BA) respondeu ao comentário de Gayer, afirmando: “Lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia. Adeus, redes sociais, e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha! Com certeza o inquérito das fake news será prorrogado ad eternum”.

Em outro grupo, Eli Borges (PL-TO) comentou: “Se tentou ajudar, atrapalhou”. O deputado federal acrescentou: “agora o Xandão [apelido para Alexandre de Moraes] vai dizer: ‘É a prova que o 8 de janeiro era necessário’”.

Pelo jeito, eles estavam certos. Após as explosões, ministros da corte enviaram uma mensagem direta aos líderes do Congresso: “Não vamos permitir que ousem debater anistia depois disso”. Telefonemas foram feitos para importantes líderes da Câmara, reforçando uma postura de tolerância zero.

A Polícia Federal (PF) conduz as investigações sobre o atentado e, diante da possibilidade de novos ataques aos Três Poderes, encaminhará o inquérito ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator da investigação dos atos golpistas em Brasília.