3. Dezessete anos depois, começa julgamento de acusados por morte de PC Farias
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Dezessete anos depois, os quatro seguranças acusados de participação na morte do empresário Paulo César Farias e da sua namorada vão a júri popular a partir dessa segunda-feira, acusados de omissão dolosa no suposto duplo homicídio.
Os policiais negam a acusação e afirmam que foi a namorada quem matou PC e depois se matou.
Segundo o comando da PM, dois dos policiais continuam exercendo as atividades normalmente, um se aposentou e outro deu entrada ao pedido de aposentadoria em dezembro de 2012, após 30 anos de serviço.
PC Farias foi tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello em 1989 e, à época do assassinato, respondia em liberdade condicional a diversos processos, entre eles sonegação fiscal, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito.
Ele foi encontrado morto ao lado da namorada na casa de praia de sua propriedade.
Os PMs que o encontraram eram responsáveis pela segurança particular dele. Eles respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e impunidade).
Segundo a Promotoria, eles agiram por omissão, porque estavam presentes na cena do crime, mas relataram não ter ouvido os tiros e não impediram as mortes.
“Não houve um suicídio. Se não houve suicídio, alguém a matou”, afirma o promotor do caso.
Inicialmente, a morte foi investigada como crime passional. Perícia preliminar do legista Badan Palhares, então da Universidade de Campinas (Unicamp), apontou que Suzana teria assassinado o namorado por ciúmes e depois se suicidado. Esta também foi a tese alegada pelos PMs.
Depois que o legista George Sanguinetti, em uma perícia paralela, contestou o suicídio, uma equipe de peritos forneceu à polícia um novo laudo que derrubou a tese devido à trajetória dos tiros e concluiu que houve duplo homicídio.
“As provas são claras”, afirma Sanguinetti. “Ele [PC] foi arrumado na cama. A posição dele não compactuava com o trajeto para que ele recebesse o tiro na cama”.
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