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Administrador das redes de Juliette do BBB foi condenado por criar site com fake news contra o PT

Administrador das redes de Juliette hoje, Huayna Tejo condenado por fake news em campanha de 2012 Foto: reprodução/ instagram

Do Jornal Extra.

Os 20 milhões de seguidores conseguidos em cerca de dois meses não chamaram para Juliete Freire apenas a atenção de marcas interessadas em tê-la como garota-propaganda. Mas aguçou a curiosidade dos internautas e da imprensa sobre a equipe de administradores por trás do fenômeno midiático que ela representa como participante do “BBB 21”. Quem “chefia” o bunker de 20 pessoas em prol da paraibana é seu conterrâneo, Huayna Tejo. Não é a primeira vez que o nome dele aparece em torno de uma campanha. Em 2012, ele foi acusado de criar para José Serra (PSDB) uma página de fake news contra Fernando Haddad (PT), na campanha eleitoral para a prefeitura de São Paulo, através de sua empresa, a Soda Virtual.

A pagina falsa atribuída a Fernando Haddad em 2012: fake news Foto: reprodução

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A empresa recebeu R$ 250 mil da campanha de Serra para prestar serviços de “criação e inclusão de páginas na internet”, segundo mostrou as prestações de contas parciais do tucano, na época. O site criado em nome do candidato petista foi chamado de “Propostas Haddad 13”, e se assemelhava muito à linguagem utilizada no material de campanha do candidato em questão, usando inclusive as mesmas cores e tipografia das letras.

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Nela, havia uma série de propostas falsas atribuídas a Haddad, entre elas a construção de 50 escolas de lata e o aumento no IPTU de São Paulo. Ao ser denunciada ao TRE, a página foi tirada do ar e um processo foi aberto contra o Google para a quebra de sigilo do IP. O endereço encontrado de onde saiu o conteúdo foi a mesma da agência de Huayna, em João Pessoa.

Para o juiz Henrique Harris Júnior, da 1.ª Zona Eleitoral `de SP, as mensagens eram “passíveis de enquadramento, em tese, como ofensivas e sabidamente inverídicas, até mesmo com o emprego de imitação das fontes, cores e símbolos utilizados na sua campanha (de Haddad)”, proferiu em sentença, em outubro de 2012.

Na decisão, Harris Júnior determinou ao Google, onde o site estava hospedado, e à GVT que informassem o IP e a identidade do criador da página. Segundo a GVT, a conexão de internet usada para criar o site estava em nome de Huayna Batista Tejo, presidente da Soda Virtual, e acessada pela Rua Borja Peregrino, 318, João Pessoa (PB), onde funcionava a sede. Em entrevista, na ocasião, Huayna negou negou ter criado o site e disse que investigaria o ocorrido.

A empresa também teria sido responsável pela criação de “Angry Haddad”, o aplicativo para o Facebook da campanha de Serra que imitava o jogo Angry Birds e teve que ser retirado do ar por determinação da Justiça. Um porocesso da equipe de Haddad foi aberto contra José Serra tentando ligá-lo à Soda Virtual, em 2013.

A Justiça entendeu que não era possível condenar a empresa, mesmo que ela funcionasse no mesmo endereço encontrado pelo TRE que mostrava de onde saíram as fake news, mas condenou Huayna. “Cabe frisar que as provas amealhadas no bojo desta representação indicaram que a propaganda irregular foi levada a efeito pelo representado, tanto que lhe sobreveio condenação por tanto”, diz um trecho da sentença proferida pelo Juiz-Relator do TRE-SP, Paulo Hamilton.

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