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Após Daniel Silveira ser preso, bolsonaristas removem ataques ao STF das redes

Do Blog Sonar no Globo:

Deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) chega ao IML do Rio nesta quarta-feira, 17, para fazer exame de corpo de delito. Foto: Betinho Casas Novas/Futura Press

A prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) após ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), há quase duas semanas, enfraqueceu a retórica bolsonarista. Após o episódio, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro aceleraram a retirada de vídeos e publicações on-line que citavam a Corte e ajustaram o tom das declarações, em uma tentativa de evitar novos confrontos tão acirrados quanto o protagonizado por Silveira com falas violentas endereçadas a ministros e apologia ao AI-5.

O recuo ficou evidente em levantamentos realizados pela empresa de análise de dados Novelo Data e pelo Projeto 7c0, que atuam compilando dados sobre a remoção de conteúdos no YouTube e no Twitter, respectivamente. Houve movimento neste sentido por parte de colegas de Silveira na Câmara, como Otoni de Paula (PSC-RJ) e Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) e também do procurador bolsonarista Ailton Benedito.

Monitorando 183 canais bolsonaristas no YouTube, a Novelo Data identificou um comportamento coletivo: no mês anterior à prisão de Silveira, decretada em 16 de fevereiro, houve uma média diária de 11 vídeos sobre o STF removidos dessas páginas. Nos três dias seguintes à decisão do STF de prender o deputado, a média diária saltou para 26.

Os conteúdos apagados por Paulo Eduardo Martins e Ailton Benedito se inserem nessa estatística. Assim como os dois, que são influenciadores digitais do bolsonarismo, também houve remoções feitas por canais com alto número de inscritos. Foi o caso de Verdade Política (1,22 milhão de assinantes); Notícias Política BR (545 mil) e Vista Pátria (536 mil).

Procurados pelo GLOBO, Martins não quis comentar o caso, e Benedito afirmou que não apagou qualquer conteúdo, que “jamais atacou o STF” e que “sempre pautou suas ações pela ética e respeito às pessoas e às instituições”.

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