Augusto Botelho critica Dallagnol na política e diz que Lava Jato “nunca foi sobre combater a corrupção”

O advogado Augusto de Arruda Botelho escreveu, em sua coluna no UOL, sobre a saída de Deltan Dallagnol do Ministério Público Federal (MPF) para a carreira política. E criticou a Lava Jato.
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Augusto Botelho fala de Dallagnol
Ele escreve:
“A notícia de que Deltan Dallagnol pediu exoneração do cargo de Procurador do Ministério Público Federal e pretende entrar para a política encerra o capítulo de uma história que há anos vem sendo traçada e denunciada.
Por mais que a Operação Lava Jato tenha seus méritos, principalmente o de desnudar um grandioso esquema de corrupção e de punir, inclusive com penas de prisão, algumas pessoas que de fato precisavam ser punidas, seus métodos ilegais e, principalmente, seu objetivo final agora ficam por demais escancarados. Nunca, jamais, em hipótese alguma a Lava Jato foi apenas sobre o essencial combate à corrupção em nosso país.
A imagem estrategicamente muito bem trabalhada feita pelos Procuradores e pelo pretenso paladino – mor da justiça, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, cai por terra, fica desmoralizada e eternamente manchará a justiça de nosso país diante do que agora presenciamos”.
Acrescenta:
“Moro, que desde os primeiros momentos em que assumiu a Lava Jato se mostrou um juiz suspeito, já que parcial, trilhou dia após dia, com atos ilegais e conchavos, seu caminho, até o momento de lançar sua candidatura à presidência da República. Dallagnol, com sua fala de ares messiânicos, falsamente preocupado somente com o combate à corrupção, mostra agora a que veio com sua provável candidatura.
A Lava Jato, para Moro, foi sempre um grande projeto pessoal, e para isso às favas a Constituição, os direitos e garantias fundamentais, a liberdade e a inocência. Tudo vale para atingir aquilo que realmente sempre almejou: o poder.
Para Deltan, agora o mesmo caminho será trilhado”.
E completa:
“Dallagnol sai do Ministério Público pela porta de trás, falando em voto consciente e pedindo para o público seguir seus próximos passos nas redes sociais. Um candidato nato, atuante em um processo que, além ter prendido ilegalmente pessoas, condenado inocentes e quebrado grandes empresas, servirá agora como sua plataforma eleitoral”.