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Autoridades chinesas no Brasil revelam: falas racistas de Weintraub sobre cultura do país ainda doem

Do Valor Econômico 

O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, em evento sobre implantação de escolas cívico-militares — Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

De todo o festival de ataques já feitos à China por autoridades brasileiras e pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro, nenhuma causou tanta perplexidade em Pequim como uma “live” feita em abril do ano passado por Abraham Weintraub e pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O filho “03” do presidente recebeu o então ministro da Educação para uma conversa transmitida em suas redes. No auge das medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia, Weintraub disse que considerava alta a possibilidade de uma nova doença infecciosa surgir na China ao longo dos próximos anos. E explicou as razões de sua aposta: os chineses comem “tudo o que o sol ilumina” e não como os brasileiros, nas palavras dele, que “criam porco no chiqueiro.”

Para os chineses, conforme ouviu o Valor de representantes de Pequim, foi a declaração mais ofensiva de um funcionário do governo Jair Bolsonaro até hoje. No entanto, ela acabou sendo ofuscada por um episódio do dia anterior, também com Weintraub como protagonista. O então ministro, hoje diretor-executivo do Banco Mundial indicado pelo Brasil, havia tuitado na véspera um desenho em que o personagem Cebolinha trocava as letras R por L, ao falar da pandemia, para ridicularizar o sotaque chinês.

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