Apoie o DCM

Bolsonarismo no MP vai além da promotora do caso Marielle

Reprodução: Redes sociais

Do Valor:

O apoio entusiasmado ao presidente da República e à agenda conservadora que veio à tona com a ascensão de Jair Bolsonaro não é um caso isolado como o que levou ao afastamento da promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Demonstrações de afinidade política, com postagens em redes sociais como o Facebook, são recorrentes entre os integrantes do Ministério Público (MP) mais engajados com o ideário do bolsonarismo.

O ativismo reflete um comprometimento ideológico que ganhou institucionalidade nos últimos anos, com a criação de associações de caráter nacional. É o caso do MP Pró-Sociedade, que realizou seu segundo congresso na semana passada, em Florianópolis, e defende um conjunto de princípios próximo ao do escritor Olavo de Carvalho, guru da ala bolsonarista mais radical.

Entre os fundadores do movimento estão promotores e procuradores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que não escondem a preferência política nas redes sociais, como Marcelo Rocha Monteiro, Flávia Ferrer e Eduardo Paes Fernandes. Monteiro é ex-marido de Carmen Eliza, que teve a imparcialidade questionada depois de serem reveladas postagens em que posou com uma camisa com o rosto do então candidato ao Planalto e a legenda: “Bolsonaro presidente”.

Um dos porteiros do condomínio de Bolsonaro associou o presidente aos acusados de matar Marielle, mas as promotoras do caso, entre elas Carmen, desmentiram a versão. Um dos integrantes mais atuantes da ala conservadora do MP, Monteiro não vê problema em ter, em suas próprias palavras, um “monte” de postagens políticas no Facebook.

(…)